quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pobre planeta


> O aquecimento global é ainda pior do que se imaginava, afirma o cientista Tim Flannery, especialista em questões climáticas vencedor do Prêmio Australiano do Ano, em 2007. A atual derrocada planetária foi acentuada com a exportação do modelo econômico mais predatório que a civilização humana já conheceu: a globalização. Ao mesmo tempo, nunca se falou tanto em sustentabilidade em todos os segmentos. Resta saber se a adoção de estratégias de desenvolvimento sustentável virá a tempo de impedir que a devastação se aprofunde. É difícil acreditar que poderá ocorrer um freio na trajetória rumo ao abismo, uma vez que ao atual sistema econômico só existem as lógicas do lucro, da produção incessante, do consumo e do marketing falacioso.

> O cultivo de cana-de-açucar para produção de etanol -vendido como panacéia energética pela mídia desavisada e governos- começa a invadir a Floresta Amazônica. Como tanto as leis como seu cumprimento têm pouca validade no Brasil, só existe uma forma de conter este avanço ou de minimizá-lo: certificar toda a cadeia de produção do etanol e exigir selos verdes semelhantes aos que hoje existem para madeira (o Smart Wood, do FSC). Quem não cumprir regras de preservação do meio ambiente; de manejo florestal sustentável; de inserção das comunidades locais no processo produtivo; de atendimento á legislação trabalhista e ambiental do país, não poderá exportar. Ou seja: fica sem vender, sem dinheiro. A exigência do selo terá que vir dos compradores europeus e americanos, porque esperar pela aplicação das Leis brasileiras para impedir o fim da Amazônia, equivale a entregar a região para a formação de desertos. De areia ou de monoculturas.

> O maior empecilho para o entendimento entre os seres humanos não está na comunicação entre as pessoas, mas na relação da pessoa consigo mesma, na sua incapacidade de reconhecer o mundo como ele é. Somos prisioneiros de nossa subjetividade e do nosso mundo interior, colocando sempre nossos desejos e fantasias em primeiro plano. É do choque entre estas bilhões de subjetividades -cada uma querendo uma coisa, sem qualquer solidariedade ou preocupação com o outro- que resulta o caos do mundo atual.

A humanidade

A conferência que o Mestre ia pronunciar se chamava "A Destruição do Mundo". Ela havia sido largamente divulgada e muita gente compareceu aos jardins do mosteiro para escutá-la.
Em menos de um minuto, a conferência terminou. O Mestre apenas disse:

“Estas são as coisas que exterminarão a raça humana:

A política sem princípios.
O progresso sem compaixão.
A riqueza sem esforço.
A erudição sem silêncio.
A religião sem risco.
O culto sem consciência.”

(Por Anthony Mello)

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