sexta-feira, 15 de junho de 2007

“A função do ser humano é realizar plenamente seu potencial”, diz J.


Até os 60 anos, J. levava uma vida normal. Pai de três filhos adultos e formados, profissional bem sucedido na área de Engenharia, nada aparentava que, ao chegar à chamada terceira idade, J. tomasse uma decisão considerada, no mínimo, inusitada pela família, amigos e conhecidos: abandonar tudo e tornar-se monge. “Eu já tinha essa intenção desde os 30 anos”, contou J., cujo nome, a pedidos, não será revelado.

Há dois anos, J. é monge trapista, ordem mística cristã fundada em 1662, na Europa, cujos fundamentos são a pobreza, a castidade, obediência e estabilidade. Este último voto consiste na promessa do adepto em viver até o fim dos seus dias como membro da ordem. Outra característica marcante do trapismo é o voto de silêncio. Em alguns mosteiros, os monges vivem em permanente retiro e jamais trocam palavras. Vivem em silêncio permanente e em estado de oração.

Os trapistas ficaram conhecidos em todo o mundo principalmente pelo exemplo e obras de Tomas Merthon, o famoso monge-escritor que, nos anos 60, legou obras como “A Montanha dos Sete Patamares”. Merthon foi também um dedicado apóstolo pela paz mundial, tendo se correspondido com personalidades como o Dalai-lama e Martin Luther King.

Por que, sendo um pai de família exemplar e profissional bem-sucedido, o sr. resolveu abandonar tudo e tornar-se monge?

Eu já pensava nisso desde os 30 anos. Sempre tive isso em mente, sem que houvesse uma razão específica. Nunca fui religioso. Veja minha formação: engenheiro, que geralmente é um profissional ultra-racionalista. Só que, à medida em que os anos foram passando, senti que este era meu destino. Mas não podia encará-lo antes de criar meus filhos e estar maduro o bastante para isso.

O que levou o sr. a tomar a decisão de tornar-se um monge trapista?

O trapismo só surgiu depois, quando eu já tinha convicção do que queria. O que me levou a começar o que já estava decidido há muito tempo, foi assistir a morte de um colega de forma inútil e estúpida. Ele se matava pela empresa em que trabalhávamos. Não tinha dia, hora, nada para si mesmo. Corria o tempo todo, descuidava de si e da família, vivia em tensão contínua, como se aquilo ali fosse o centro do universo, a coisa mais importante do mundo. Eu era seu assistente. Um belo dia, ele teve um enfarte fulminante. Em dois dias, já havia um substituto para ele. Todas suas ansiedades, sua busca pelo lucro da empresa acabaram em um segundo. A empresa simplesmente pôs outro em seu lugar. A engrenagem não podia parar. Isso me deprimiu e não consegui mais trabalhar direito, até que o desejo de largar tudo e me tornar monge tornou-se uma meta.

Fui me preparando, avaliando, olhando bem para minha mulher e filhos, até que me decidi. Comecei a freqüentar grupos, pois nunca gostei de religiões formais, onde simplesmente as pessoas vão a um culto, como se fossem a uma festa. Eu queria algo duradouro, permanente, uma comunhão de almas na mesma busca, e achei isso no trapismo.

Para o sr., o ser humano tem uma função neste mundo? Qual é ou qual seria?

Não tenho a menor dúvida que o ser humano tem uma função neste mundo. Do contrário, não estaria aqui. Sua função é realizar plenamente seu potencial. Que potencial é este? Cada um deve descobrir por si mesmo. Geralmente, o potencial de uma pessoa está ligado ao que ela faz, quando se sente feliz e integrada em todos os aspectos de sua vida. Tudo é uma coisa só e esta ‘coisa só’ não é apenas para si e os seus, mas para o mundo todo. Se ela estendesse suas ações para outras pessoas, todas também usufruiriam, de alguma forma, deste mesmo estado de felicidade.

Existem potenciais positivos e outros negativos?

Claro! Ser sapateiro é uma função maravilhosa, se bem exercida...Que beleza há em se produzir um sapato e servir na caminhada dos outros! Por sua vez, a mesma coisa não pode ser dita de alguém que vende armas ou trafica drogas...isso não é um potencial, mas um desvio dele, pois esta ação acarretará na interrupção da trajetória de um semelhante, que não poderá cumprir seu próprio potencial...Compreende a diferença? Ela é bastante clara.

O homem não é como uma flor, que nasce presa ao chão, com um destino inicial que é igual ao seu fim. O ser humano faz a si mesmo enquanto vive; ele cria seu destino até o fim dos seus dias. Não acho que todos devam ser monges ou buscar a santidade. Ao mesmo tempo, também não acho que o destino das pessoas seja terem uma família e viverem apenas para ganhar dinheiro e se reproduzir, até o dia de sua morte.

O sr. pode falar um pouco mais sobre este potencial?

O que chamo de potencial é encontrar a si mesmo naquilo que se faz e naquilo que se é. É sentir que o caminho é sempre ascendente, sem estagnação. Trocando em miúdos, é como se um escritor nunca terminasse sua obra, como se sempre pudesse acrescentar uma página nova e sua criatividade jamais decaísse. É viver em esplendor. E para isso, não é preciso ser famoso, rico ou pobre, ou mesmo seguir o caminho dos pais, dos antepassados. Estas são circunstâncias, instrumentos que podem ser favoráveis ou não para o crescimento do indivíduo. Os bens materiais fazem parte da jornada de um homem, mas não são seu objetivo.

Há pessoas ricas que não conseguem se realizar. Ao mesmo tempo, há pobres que se realizam completamente, alcançam seu objetivo, que só elas mesmas, em seu íntimo, podem saber qual é. É uma bobagem achar que a aceitação do estado de pobreza é argumento de quem não conseguiu ficar rico. Buda era um príncipe, e abandonou tudo para tornar-se um mendigo. Há inúmeros casos de santos e pessoas que abandonam a riqueza para viver uma vida de desapego. E há pobres que vivem como pobres e esta é a sua riqueza, pois não têm o menor ressentimento pelo seu estado, nem se preocupam com ele.

O sr. acredita em Deus?

(Risos) Sim, acredito. Dificilmente alguém abandonaria uma vida estável como a que eu tinha para tornar-se monge, se não acreditasse em Deus ou numa Força Superior, que rege todas as coisas. Mas quando falo em crer em Deus, não estou falando em uma crença mental, como se Deus fosse uma idéia fixa na qual eu pensasse o tempo inteiro. Isso é muito pobre. A verdadeira crença é o conhecimento de Deus dentro do nosso próprio ser. Você vive como se estivesse o tempo inteiro na presença d’Ele. E você O sente, O vive e compreende que isso não é fruto da imaginação ou de auto-sugestão. É um processo de abertura que faz com que você, ainda neste mundo, viva ao mesmo tempo em Outro.

Desculpe, mas não entendi...

É um pouco complicado de explicar, porque Deus não é algo que se entenda com a mente ou que se apalpe como um objeto. Para entendê-Lo, dentro do que é possível, é preciso ir além dos sentidos comuns, da mente e das deduções. É preciso vivenciá-lo. Esta vivência começa com um movimento da própria pessoa no sentido de enxergar o mundo como ele é e como ele se mostra diante de nós. Como posso ver o mundo se o tempo inteiro estou com o pensamento atulhado das minhas preocupações e ansiedades, se o tempo todo só penso naquilo que tenho que fazer, nos filhos, no dinheiro, nas contas para pagar? Ora, desta forma não vamos a lugar algum, mas somos apenas escravos de nossos pensamentos e do que os outros pensam e esperam de nós. Veja que isso é um círculo vicioso, que se fecha, pois todos fazem a mesma coisa, e morrem de medo de romper esta corrente. Quando isso acontece, ainda que por um segundo, um elo da corrente se rompe, e entra uma pequena luz que começa a nos mostrar o mundo como ele é. As ansiedades, os medos, acusações, alegrias, culpas...tudo termina num único lugar: na morte.

A descoberta de nossa finitude, de que vamos mesmo partir, paradoxalmente renova a vida. Fazemos então uma triagem e vamos descartando tudo que nos separa de nossa consciência mais profunda, que, então, começa a nos mostrar coisas que estavam diante de nosso nariz, mas não víamos.

O sr. não acha que sua nova vida é apenas uma fase e que voltará ao que era antes?

(Risos) Não. Eu não deixei nada, na verdade. Meus filhos me amam e minha mulher também. Nada foi perdido. Eu apenas assumi que não quero mais compromissos com o mundo material. Não tenho mais obrigação de ganhar dinheiro, nem nada. Estou sereno em minha decisão e leguei também algo a mais para meus familiares. Além de ter-lhes propiciado uma base material e educacional, minha nova vida os está ajudando a questionar suas próprias (vidas), no sentido de buscarem o que é essencial. Agora, quero me dedicar a um outro mundo, para o qual serei chamado a qualquer momento.

******************

Livros recomendados

"A Montanha dos Sete Patamares", de Thomas Merthon, editora Vozes
"A Conferência dos Pássaros", de Fariduddine Attar, editora Cultrix
"As Quarenta Questões Sobre a Alma", de Jacob Boehme, Polar Editorial
"Poderes o El Libro que Diviniza" - Dr. Jorge Adoum, obra em espanhol gratuita na Internet. Clique aqui para baixar o livro.

Sites

Thomas Merton Center e International Thomas Merton Society

Mosteiro Trapista no Brasil

Mosteiro onde Merton viveu

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Compassion - Thomas Merton, Dalai Lama e Muhammad Ali

Poesia sufi

61 comentários:

Anônimo disse...

Jakob Ibrahim, meu amigo: Isto aqui não é simplesmente um post para debate. É mais. Que sufi!Estou me sentindo como se estivesse sendo presenteado com um belo kit. Absorverei com todo entusiasmo dos aprendizes!Obrigado!

Anônimo disse...

Estou repetindo!Saiu fora de foco.

Jakob Ibrahim, meu amigo: Isto aqui não é simplesmente um post para debate. É mais. Que sufi!Estou me sentindo como se estivesse sendo presenteado com um belo kit. Absorverei com todo entusiasmo dos aprendizes!Obrigado!

Anônimo disse...

UMA BELEZA!

Voltarei depois para comentar.

Bom sábado, amigos!

regina disse...

Jakob,
eu também preciso de um tempo para emitir uma opinião a respeito desse maravilhoso post.
Tenho pontos de vista pessoais, e femininos, onde não tenho a condição de me imaginar trapista no máximo freira de um convento fechado.
Eu ainda não consegui definir, se querer e achar bom é o suficiente, ou se existem em nosso país muitos monges trapistas não por opção mas por destino ou sei lá o quê.
Porisso não quero emitir conceitos definitivos ,vou pesquisar mais ler mais opiniões para falar com base.
Mas tudo que abre sua mente, e torna seu espírito mais iluminado, só pode ser válido.
Ao mesmo tempo penso se não é fácil abandonar tudo, depois de já ter tido tudo, e não se preocupar mais com a vida terrena, e se voce nunca teve nada, não será melhor ter um teto e nenhuma preocupação.
Preciso pensar mais.
Obrigado Jakob por me fazer ver vários lados da mesma moeda.

Anônimo disse...

Queridos amigos(as) Mohamad, Vidal e Regina,

a idéia é bem esta que vocês perceberam: mostrar que quando se entra no caminho espiritual, a partir de um determinado ponto, a estrada se torna uma só.

Quem olha de fora vê sufis, budistas, hassidistas, trapistas, como um cortejo de pessoas com roupas diferentes. Mas quem caminha nela só vê uma única coisa, em si mesmo e nos outros.

O que mais gostei nesta entrevista é que o entrevistado é um engenheiro (ou seja, alguém de formação mais rigorosa) e o que ele nos diz sobre 'potencial'. Isso serve para qualquer pessoa, independente de ser monge ou publicitário, por exemplo.

Não sei se ele sabia, mas um dos homens mais sábios e santos de toda cristandade chama-se Jacob Boehme, que, justamente, era sapateiro. Pois este simples sapateiro semi-letrado foi iluminado pelo Amor que emana da Divindade e escreveu obras que ainda hojem desafiam os cânones da teologia e filosofia. Influenciou gente como Schopenhauer, Hermann Hesse, Rosacruzes etc. etc. Mas o mais importante: ele teve uma vida aboslutamente irrepreensível. Não abandonou o mundo. Tinha quatro filhos e transmitia sua santidade e virtude a todos os que compartilhavam de sua presença e companhia.

No Islã, por exemplo, o celibato e o abandono do mundo não são estimulados, nem mesmo entre os sufis. Mas às vezes um devoto do sufismo passa períodos de isolamento dedicando-se ao zikr (cerimônia da lembrança de Deus). Esta prática chama-se "halvetia" e hoje só pessoas muito dedicadas a cumprem ou recebem recomendação para tanto.

Bem, queridos(as) amigos(as), espero que este post lhes suscite profundas reflexões sobre si mesmos.

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Antes que me esqueça: este post não é sobre religião ou espiritualidade, mas sobre o que fazer com nossa própria vida; sobre o processo de conscientizar-se sobre o estar-neste-mundo. Ele é igualmente válido mesmo se nos abstivermos de pensar em Deus.

Anônimo disse...

Excelente! realmente tocante! Pena eu não ter Q.I suficiente para fazer um comentário decente! Um forte abraço e ótimo final de semana a todos!

Anônimo disse...

O que é isso Walid (brimo)? Uma pena é ler pedantes, ricos virtuais, figuras com necessidade de afirmação, ausentes de qualquer senso de humildade e outros conhecidos nossos que despejam falta de conhecimento e ódio mundo afora. Você é um cara decente,amigo!

Anônimo disse...

Olá Mohamad(brimo)!!
Na realidade eu quis dizer que não tenho palavras para me aprofundar num comentário para este post,mas vou le-lo novamente e dar minha impressões em breve,me expressei mal.
Muito grato,abração pra vc!!!

P.s: Interessante como o blogueiro do Estadão fez um post, a partir de uma frase fora de contexto,tentando distorcer as idéias de Saramago....será que somos tão burros assim?Por sorte,alguns comentaristas de lá deram o troco à altura..espero que não sejam censurados.

Deu minha hora,vou correr senão perco o buzão.....té mais !!!!

Anônimo disse...

Walid,

algo que me ensinaram há tempos é que a única forma de vencermos nossos limites é reconhecer que os temos. A partir daí, como que por um 'passe de mágica', aquilo que chamamos de limites começa a se ampliar, e passamos a ver mais longe.

O post de fato requer reflexões mais profundas.

Abraços fraternos

Anônimo disse...

Muito interessante o post. O que mais impressiona é a trajetória deste monge: de uma profissão essencialmente racionalista, passando por uma grande perda durante a carreira profissional (seu amigo) e o fato de já bem estabelecido abandonar tudo e se voltar para uma vida mais voltada para o plano espiritual.

Outra coisa que me chamou bastante minha atenção foi o comentário sobre o fato de que muitos de nós acabamos como escravos da rotina, deixando de desfrutar a vida e apenas conduzindo nossas atividades para manter nossa imagem junto àqueles que nos rodeiam. Terminamos, desse modo, agindo como "máquinas pré-programadas".

Vale lembrar que outra pessoa que abandonou tudo para seguir outro caminho, assim como Buda e o ex-engenheiro e agora monge, foi São Francisco de Assis. Filho de um rico mercador, deixou tudo para trás, buscando se dedicar a propagar o bem entre os homens e pregando o respeito a qualquer forma de vida, fosse humana ou um simples animal.


Um bom fim de semana a todos!

Anônimo disse...

Jakob,

concordo um tanto com o Walid no sentido de que o post convida mais à contemplação que ao comentário. Na verdade, trata de um aspecto da vida que, cedo ou tarde, a todos se apresenta: o interno. É um território onde as palavras seriam de absoluta inutilidade, caso não atrapalhassem.

Achei muito aguçada a percepção manifestada pela Regina, de que o monge em questão priorizou o externo em detrimento do interno, deixando para iniciar sua busca (ao menos "para valer") apenas depois de "deixar tudo em ordem". Deve ser um dos truques prediletos do chamado "eu controlador" (certa vez referido aqui pelo Petrus) para retardar a jornada interna que conduzirá à sua dissolução.

Tenho o palpite de que, na maioria das vezes, o truque vinga. Afinal, não é nada comum o homem médio ser suficientemente organizado e centrado para conseguir, em um dado momento, "deixar tudo em ordem". Geralmente não o conseguimos antes da visita da morte, quase sempre inoportuna - que dirá com algum tempo extra para reflexão e preparação.

Talvez a própria racionalidade do engenheiro, a princípio um entrave para a tomada de consciência (pois desdenhosa das coisas imateriais), tenha concorrido para driblar a imposição do "eu controlador". Sísifo conseguiu se livrar de sua pedra por alguns instantes, deixando-a repousar sobre o topo do monte. Também ele poderá "repousar" um pouco - mais precisamente, até sua morte.

Então, ou estará livre do fardo para sempre, ou a maldita pedra rolará encosta abaixo outra vez, na encarnação seguinte. Claro que ele estará um pouco mais fortalecido, um pouco restabelecido pelo breve descanso.

Em todo caso, oxalá possa o seu silêncio resgatá-lo da tarefa insana e barulhenta.

Anônimo disse...

Olá, Holofernes,

bom dia.

Sinto que o post é para ser comentado, mas depois de refletido ou devidamente "digerido".

Observe que os comentários aqui estão lançando uma nova visão a respeito do tema...cada um acrescenta algo a partir de seu conteúdo pessoal, e não com dados históricos. Percebe a diferença? É evidente que não é um post 'comum', sobre um assunto corriqueiro...e nisso vejo seu maior diferencial: nos tira da 'zona de conforto' de nossas costumeiras reflexões e pensamentos, e nos leva para outras áreas, nas quais às vezes evitamos trafegar.

O comentário da Regina foi realmente excelente, e o seu a complementou. Com efeito, e se ele tivesse sido 'colhido' pela morte antes de abandonar as coisas? Veja que num dado momento da entrevista ele diz: (...)"O que me levou a começar o que já estava decidido há muito tempo,"(...).

Ora, ele sabia que era isso que ele queria. Só que realmente não tinha coragem de tomar esta decisão final em nome dos filhos, da família, do que os outros pensavam...e também porque não tinha referências claras do que queria...ele tinha ALGO dentro de si...um anseio, uma busca...mas o que SERIA ESTA BUSCA? Isso não estava claro, pelo que pude entender. Ele começou então a trilhar várias vias, frequentou grupos, até que chegou a um lugar em que se encontrou consigo mesmo. Depois disso, tomou sua decisão FINAL.

Por que enfatizo a palavra FINAL? Porque o caminho dele já havia começado bem antes de ele ter se tornado monge. A jornada já havia começado EM SEU INTERIOR. Portanto, se ele morresse, por exemplo, não estaria incompleto ou frustrado, compreende?

Isso que ele conta não é de alguma forma também, Holofernes, um pouco a história de nossas vidas? Nós não vivemos nos planejando eternamente, postergando o tempo todo decisões fundamentais? Não nos preocupamos o tempo todo com o que os outros pensam antes de tomarmos uma decisão de mudança radical?

Quantos de nós, realmente, se convertem de imediato após uma revelação interior ou exterior? Quantos de nós caem numa 'estrada de Damasco' pessoal e reconhecem aquilo que surge diante (ou dentro) de si como um sinal que nos conclama à mudança?

Quantos de nós não passam anos e anos à espera de uma confirmação de que aquilo que vimos como vislumbre, era na realidade uma fresta para uma nova realidade?

Estas perguntas só podem ser respondidas no íntimo de cada um de nós e, na maior parte das vezes, são respostas apenas para nós mesmos. Só quando se encontra um grupo de pessoas que resolvem encetar a jornada juntos, é que estas respostas servem de orientação mútua.

O fato, Holofernes, é que o processo de transformação interior -que nos desperta para realidades maiores- difere muito de pessoa para pessoa. E o fato é que há um grande 'despertador' que nos lembra continuamente que a hora de acordarmos sempre é agora: a morte. No caso do entrevistado, pelo visto, ele já começou este despertar. O profeta do Islã, Muhammad, dizia o seguinte: "O homem vive dormindo e despertará no momento de sua morte."

Abraços fraternos

regina disse...

Jakob,Holofernes e outros amigos
Pensei dois dias sobre o post, a poesia sufi é de uma verdade e delicadeza imcomparável.
Mas eu acredito em processos,não importa a idade,você precisa de introspecção e conscientização para uma atitude dessas.
Inclusive eu coloquei para conseguir me situar numa paralela feminina, mas acho que não existe.
Como disse o equivalente seria um convento?
Ou Mulheres não são consideradas como espíritos abnegados?
Eu tenho o problema ainda , do Ego, ele é o culpado de muito apego as coisas mundanas, e eu acho que não terminei minhas tarefas ou prazeres do corpo.
Mas ao mesmo tempo, considero um bom passo, tomar conhecimento de outras maneiras de viver, no caso, aprendendo e instruindo-me a praticar o desapego.
Estou numa fase curiosa, quero netos, aprendi a andar de moto, aprendi a usar um computador, aprendi a sambar e sai de rainha da bateria,pois meu físico ainda aguenta, quero fazer tudo que ainda não fiz.
O mais díficil é escrever o livro, mas estou tentando.
Ao mesmo tempo estou me definindo espiritualmente, prestando serviços aos mais próximos, como cuidar de vários parentes idosos e doentes, não preciso ir a asilos cheguei a ter 4 idosos de + de (90 anos em casa, e gostei de cuidá-los , cuido de crianças, cachorros, enfim faço com prazer, mas preciso aprender muito ainda, então leio sôbre religião e sobre tudo.
Sou uma leitora voraz, mas já fiz uma modificação no estilo, antigamente eu me obrigava a ler até o fim algo que havia começado, hoje se não gosto largo e pego outro, pois senão não terei tempo de ler tudo o que quero.
Estou numa fase em que tudo que não gostava estou gostando e tudo que valorizava já não tem tanta importância.
Eu acho que ainda não estou preparada para uma atitude tão definitiva como a de seu exemplo no post.
Porisso continuo a procura de minha direção, e através de informações e considerações como as que sãoo feitas neste blog, consigo alargar meu caminho , pensar e considerar ,coisas que não tinham a menor importância há um tempo atrás.(Será redundância?)
Esta é a minha realidade.Não sei se está certa ou errada.
Provávelmente deve estar no meio.
Um abraço a todos

Anônimo disse...

Olá, Regina

existem muitas mulheres no caminho espiritual, que se destacaram por sua devoção, desapego, caridade e bondade.

No Islã, a mais conhecida de todas as santas foi também a primeira sufi: Rabia al-Adawiya. Não se sabe exatamente a data de seu nascimento. Alguns estimam que tenha nascido em 752 ou 801 da era cristã.

Vou transcrever aqui uma rápida passagem da vida dela, extraída do "Memorial dos Santos", curiosamente escrito por outro santo, o mestre sufi Faridudine Attar (autor de "A Conferência dos Pássaros", cuja leitura é indicada ao final deste post).

"Num dia de primavera, Rabia entrou em seu quarto e, de repente, uma cabeça apareceu em sua janela.

'Senhora', disse sua criada, 'vem aqui para fora olhar o que de mais belo fez o Criador'.

'Antes seria melhor que tu entrasses', respondeu Rabia, 'para que viesses ver o próprio Criador. A contemplação do Criador é o que me basta, de modo que não me interessa olhar o que Ele fez.'

Esta historieta é real, mas também é iniciática.

Quanto ao ego, Regina, todos estamos sujeitos a ele. Ele é necessário para nossa vida neste mundo; sem ele, rapidamente seríamos destruídos pelos outros. Ao mesmo tempo, é preciso que ele seja colocado no seu lugar e que não reine dentro de nós -como normalmente acontece, com nossas mudanças de ânimo, ora ciumentos, ora invejosos, ambiciosos, alegres etc.

Como fazer isso? O profeta Muhammad dizia que o ego deve ser um servo, nunca um senhor. Ele dizia, textualmente, que 'havia feito com que seu ego se tornasse muçulmano' (ou seja, que se submetesse voluntariamente à vontade de Deus).

Um abraço fraterno e uma boa semana!

Anônimo disse...

Jakob

Este é um tema ao qual preocupo-me desde a juventude, não que vivesse para isso, mas sempre ficou latente lá na minha cabeça, nunca parei deixei de pensar sobre este tema, mesmo quando cai de cabeça em Sansara. Talvez pelos livros que li, esta idéia de largar tudo, ir em direção à algo espiritual, de encontrar se a si mesmo, encontramos em Summerset Maughan, no fio da navalha, um dos meus preferidos. Semelhante à história do engenheiro, Larry conta ao autor que um amigo morrera em uma batalha,salvando-o, talvez este episódio tenha mostrado a ele o verdadeiro significado da vida, a morte valoriza a vida, possívelmente todas as ilusões que temos sobre a vida, naquele momento tornaram-se ofuscadas pela reconhecimento da essência da vida, seu valor.
De certa forma deve ter sido o que passou na cabeça do andróide de Bladde Runner, quando prestes a morrer, no lugar de matar o caçador de Andróide, salva-o.

Em outro livro muito interessante do mesmo autor,The moom and sixpence traduzido como Um gosto e seis vinténs, baseada na vida de Paul Gauguin, O personagem principal, Charles Strickland, era um corretor de ações e subitamente larga tudo, inclusive família para aprender a pintar, e passa a viver miseravelmente para seguir este destino, finalizando sua vida leproso, nas ilhas da Polinésia, após ter pintado sua obra prima, algo parecido com " O que somos, de onde viemos, para onde vamos", talvez este questionamento tenha feito o pintor tomar aquela atitude, de loucura, para uns, e inevitável, para ele.

Ao longo da narrativa o autor cita também a história contada por um médico, com uma boa posição, sobre seu antecessor, o médico que deixara o cargo para aquele, este ,em uma viagem de návio, numa das paradas, numa ilha, salta do navio, sem nenhuma explicação, abandona seu cargo de status, sua vida e passa a viver nestas ilhas. A esta altura o médico que herdou o cargo, comenta, algo como, o cara deve ter enlouquecido.

Não posso deixar de relatar o maravilhoso livro que o amigo indicou, o Sidarta do Hesse que preferia ter lido muito antes, é um livro muito bonito, mesmo, e contém esta idéia do desapego e da iluminação.

É possível que minha atitude de morar longe se São Paulo, possa de de ínicio, ter sido uma fuga, mas vejo agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, que tornou-se também de encontro, claro que não de forma radical e planejada como a do engenheiro, as circunstâncias aleatórias foram desencadeando os acontecimentos, porém aquela velha idéia, sempre esteve presente nos momentos em que pude decidir, se moro hoje meio isolado no meio do mato, numa cabana, deve ser um pouco resultado daquele sonho de juventude, claro que não larguei minhas preocupações pequeno burguesas, tenho mulher e filhos a criar, não que isso seja um impedimento absoluto mas não possuo a elevação, o desapego para tanto, mas percebo, não sei se pelo avanço da idade, que gradativamente despreocupo-me com o materialismo.

Anônimo disse...

Bom dia a todos amigos e amigas!

Renato,

de fato, São Francisco de Assis é outro exemplo de abnegação e renúncia às coisas materiais. Há muitos outros. No Islã, um dos sufis mais amados é também um ex-príncipe -que aliás tem uma história muito parecida com a de Buda-, chamado Ibrahim Ibn Adham. Reza a história que ele se encontrava em sua cama coberta com lençóis de seda, quando, à noite, ouviu alguém andando por seu telhado. Intrigado, Ibn Adham subiu e viu um homem, com um ancinho, passando-o sobre as telhas.

Perplexo, perguntou ao intruso: "O que você está fazendo aí?"

"Estou preparando o terreno para plantar", disse o invasor.

"Você está louco", disse Ibrahim Ibn Adham. "Desde quando alguém planta em cima de um telhado?"

"E desde quando", retrucou o homem, "alguém pode encontrar o caminho deitado numa cama coberta de seda?"

E assim falando, desapareceu ante a vista atônita do príncipe de Balkh.

Rogério,

como lhe disse uma vez, "O Fio da Navalha" é um dos meus filmes favoritos. É um caso raro de filme que supera o livro, pois o diretor conseguiu condensar o que era essencial na obra. Mas a versão boa é a da década de 40, com Tyrone Power e Gene Tierney. Está à venda nas locadoras e pode ser encontrado facilmente aqui em SP.

Sobre sua opção de vida (em sair de São Paulo), posso lhe comentar algo pessoal também: muitas vezes, quando tomamos uma decisão sobre a qual não temos clareza completa sobre o porquê a tomamos (muitas vezes por intuição), os motivos só se tornam realmente conhecidos lá na frente, às vezes anos depois.

Abraços fraternos a todos!

Anônimo disse...

Olá amigos...

Muito linda a poesias Sufi.

"A função do ser humano é realizar plenamente o seu potencial".

Enquanto não houver uma compreensão profunda desta frase, de se perguntar o que sou?, de onde vim para onde vou?, e não obter do mais profudo de seu ser,algum sinal da resposta, ou da direção de onde se deve buscar, estaremos dando voltas no mesmo lugar.

O que somos em potencial, animais racionais? , somos o corpo, uma mente acupando um lugar no cérebro ? Fomos criados apenas para nascer,crescer,procriar, e finalmente morrer no vazio sem sentido, sem respostas?

A mente bate as postas da percepção e diz, Sou isto, tempo depois diz; Não!, sou aquilo, aí se dá conta que as respostas que conseguiu, são,apenas oriundas da prórpia mente pensante, quer dizer não encontrou nada de novo, são as mesmas respostas ás mesmas perguntas, como no símbolo da Teosofia, ou seja a cobra mordendo a prória cauda.

Respostas apenas do intelecto.

Apenas através da quietude da mente, da cessação da turbulencia dos pensamentos, através do silencio interior, podemos perceber um vislumbre daquilo que realmente somos, ou seja além da mente.

Neste silencio que estes momges imergem, encontram as respostas para suas questões existencias de suas verdaderias potencialidades, enão são apenas humanas, são além, parte daquilo que denominamos "o divino".

Cosidero que estes monges, praticam parte verdadeiro cristianismo esotérico.


Existe um hino hindú, quando da inicação do Yogue, quando faz o voto de renuncia de seu passado,nome, laços familiares, etc, que diz.

O temo Yogue aqui referido,diz respeito a "união a Deus", e não a termos usados pata denominar aqueles que praticam alguma forma de yoga física, Hatha Yoga, etc, etc.

NASCIMENTO NEM MORTE, NEM CASTA EU TENHO
PAI,NEM MÃE, EU TENHO TAMBEM,
EU SOU ELE,EU SOU ELE,SANTO ESPIRITO EU SOU ELE

INTELECTO,NEM MENTE,NEM ÉGO,CHITÁ,(matéria mental,pensamentos)
CÉU,NEM TERRA,NEM METAIS,EU SOU.
EU SOU ELE, EU SOU ELE,SANTO ESPÍRITO EU SOU ELE.

Esta afirmação, eu sou Ele, funciona no sentido de que a pessoa, está se desapegando da sua existecia do pequeno eu transitório, o égo humano, e se afirmando como o eu superior,a alma, aternamente existente, eternamente livre dos sofrimentos inerentes a existencia temporaria do corpo.Aí ele se torna um Swami, um renunciante de verdade.

Através da prática do silencio interior, quando cessam as ondulaçóes dos pensamentos inquietos no lago da mente, quando esta se torna límpida e tranquila, então percebemos alí, a imagem daquilo que realmente somos.

Fostes criados, á imagem de Deus, O reino de Deus está dentro de vós,Sois deuses,etc.

Todas estas afirmações de seres que realizaram a percepção de sua potencialidade divina oculta por detrás dos véus da criação, do corpo, da respiração, do pensamento, já não serão mais meras teorias.

Através da percepção interior mediante a prática do silencio e da meditação, o yogue percebe, aquilo que sempre foi,um espirito livre, um com o Infinito.

Assim como alguns daqui, já fui, já deixei para trás, já mudei,para longe, para o campo, larguei profissão,já pratiquei austeridades,e depois de um tempo vivendo em paz em algum lugar,longe do sistema, percebí que aonde quer que eu fosse, levaria comigo todos os meus problemas,e de que não adiantava muito desenvolver certas renuncias, certas defesas, pois alí naquele ambiente propicio, me sentia protegido, seguro,mas não havia o meio externo propicio para manter em transformação constante as minhas pretensas conquistas interiores, testando-as a todo momento.

Po outro lado percebí tambem, que seria egoísmo de minha parte, não colaborar com outras pessoas, trabalhando para possibilitar que outros pudesseem avançar em suas percepções, em suas buscas.

Ou seja ao menos demonstrar gratidão devolvendo uma parte daquilo que eu experimentei.

Aí, vc compreende perfeitamente a frase de
S. Francisco; "É dando que se se recebe", pois quanto mais vc faz os outros felizes, mas a taça de sua própria felicidade enche-se.

Como dizia aquela canção do Gil, è importante ir, para poder voltar.

Hoje estou aqui,claro que não estou em Sampa, conheço muitas pessoas hoje, que vivem lá e são alegres,e internamente felizes, mas se tivesse que estar, tudo bem, estou a cem km de lá, num grande centro, mas hoje não faz a mínima diferença, aonde estou, e sim como estou.

Não critico, que está indo, ou já foi, ou irá, cada momento deve ser vivído intensamente como quendo eu fui,se não trilhar palmo a palmo não virá a realização.

Apenas dei como exemplo, que se tivesse conhecido antes as coisas que conhecí depois, e as aplicasse em minha vida, provavelmente não teria me movido fisicamente do lugar.

Mas como na música, aguardaremos o abacateiro oferecer os seus frutos quando estiverem maduros.

A renuncia é mais interna do que externa, este foi o meu grande aprendizado.

Para mim, não separo as coisa em hábitos burgueses e não burgueses, e sim em hábitos negativos e positivos, e isto transcende o conceito de posse.

Tudo aquilo que me aproxima de mim mesmo como alma, espirito, que ajuda a transcender o conceito existencial relativo, é positivo, e tudo o que me afasta é negativo, então os inimigos e amigos já estão plenamente indentificados, sem as devidas máscaras e disfarces, aí então é que começa a verdadeira batalha interior rumo a liberdade final.

Abraç0os a todos e grato pelos ótimos comentários.

Tenham uma boa semana..

Anônimo disse...

Olá a todos, quero dizer que mesmo quase não me manifestando por aqui tento acompanhar os posts...
vejo um espaço o blog condizente com o nome ee um lugar harmonioso e quero dar os parabéns a todos.

Comentando o de hoje: Qual seria a verdadeira missão do homem na terra?
Evoluir...evoluir...evoluir?
Colaborar...Colaborar...colaborar?

Ibrahim , interessante esse post por fazer pensar e refletir:

O que tenho feito de minha vida? Estou sendo melhor hoje do que fui ontem, planejo o ser de amanhã melhor que o de hj?

Como ser um melhor pai, um melhor marido, um melhor profissional, um melhor ser humano?
Sei por que leis penso?
E sinto? O que realmente devo abandonar para alcançar a evolução?

Como colaborar com a
Criação? Qual a verdadeira caridade? Posso dar aquilo que não tenho?

Recordei que quando fui me casar, ainda muito jovem, por uma questão social e de não ficar mal com a familia de minha esposa, fiz o curso para noivos, mesmo não professando a religião católica. O palestrante, um padre, estava a dar lição de como conviver a dois.

Pequenas ironias, engraçado se não fosse trágico...já que por essa e outras, a hipocrisia permea quase tudo.

Procuro sempre ter um Norte: Conhecer mais e mais da realidade.... esse é o caminho.

abraços a todos.

P.S.
Rogério , vc. é o da ilha de são chico?

Anônimo disse...

errata: "E desde quando", retrucou o homem, "alguém pode encontrar o caminho deitado numa cama coberta de seda?"

por ""E desde quando", retrucou o homem, "alguém pode encontrar o caminho ESPIRITUAL deitado numa cama coberta de seda?"

Anônimo disse...

CORREÇÃO

Considero que este monges praticam parte do que considero o verdadeiro cristianismo esotérico.

Anônimo disse...

Pessoal, assistí um filme estes dias, é novo,é argentino,(particularmente não osto de filmes argentinos,ou brasileiros, com raras excessões os temas não me agradam), mas este por ame agradar, e me fazer sentir meuito bme em assistir, considero uma das melhores criações atuais.

Chama-se Un Budha, conhecido aquei como O Budha.

Vale a pena assistir, e uma produção maravilhosa, e inclusive assistam aos extras, trá informações preciosas de como foi filmado.

Depois me falem.Encontrei na cem por cento video.è lançamento.

Anônimo disse...

Z.,

acho que descobrir e explorar nosso potencial ainda latente é exatamente isso que você diz: melhorar sempre; colaborar; enxergar-se; descobrir a si mesmo. Não há fim. A eternidade começa aqui e agora, em nós mesmos.

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Petrus,

li a respeito deste filme, O Buda, e estava a fim de assisti-lo há tempos. Vou assistir. Também sou como você. Não vejo muito mais filmes, pois são sempre os mesmos temas: mortes, violência, terrorismo, triângulos amorosos, droga, traição...ah, e câncer, claro (como pude me esquecer?rs). Dá a impressão de que o ser humano não crê mais em si mesmo. Só enfatiza o que o detona...

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Antes que me esqueça: o Mosteiro Trapista no Paraná aceita visitas de até uma semana, para quem quer praticar meditação e fazer um retiro espiritual. O preço é o que cada um quiser dar como contribuição.

Entrem na página deles. O link está no final do post, na seção de Serviços.

Anônimo disse...

Estimado amigo jakob, sou um entusiasta de coisas boas, que elevam o ser humano, e este filme é uma das obras mais belas que eu assistí nos últimos tempos, recomendo mil para todos...

O final, eu assistí duas vezes, e durante as filmagens, houveramm transformações internas nas pessoas que participaram. Um ator é tambem diretor,e o ator principal, não era ator, foi encontrado numa viagem do diretor á India. Ele afirma que neste papel, não poderia colocar um ator, e sim alguém que realmente vivesse tudo aquilo que estaria tentadno viver nas cenas..

É lindo! recomendo a todos, espiritualistas, ou não.

Anônimo disse...

Petrus,

já me convencceu (rs). Vou ver se acho o CD para comprar.

Abraços!

Anônimo disse...

Jakob, tente comprar o DVD...!!! rsssss

A trilha sonora é o do Krishna Dass...este sim tem CD.rssss

Anônimo disse...

Putz, Petrus...acho que a sutileza do post me contagiou de tal forma, que confundi cinema com música (das esferas)...hehehe...

Sem dúvida, sem dúvida...CD. Mas vou comprar. Vou lá na 2001, ver se acho!

Abração!

Anônimo disse...

Jakob, aproveitando o suas deixa...parabens pela escolha dos temas...este é relamente muito especial, sou suspeito em colocar, porque é um dos meus assuntos preferidos...a busca espiritual..

Abraço forte..

Anônimo disse...

Petrus,

grato pelas palavras. Há realmente centenas, milhares de temas possíveis. Mas a escolha é feita visando proporcionar reflexão e algo que não seja descartável pelas pessoas.

Graças a todos vocês, acredito que, aos poucos, estamos aprendendo a conhecer esta maravilhosa ferramenta e a criar um espaço saudável no plano virtual para a reflexão, o debate e -por que não?- o entretenimento.

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Jakob e amigos comprei o dvd do último show do CaT Stevens antes de virar monge, gostei muito.Este material ficou 40 anos em um cofre e foi editado há alguns anos atrás.

È um de seus ultimos aparecimentos públicos em um show em uma Universidade.

Eu ainda não me entendi com Ben Yussuf, ainda prefiro oa Cat.

Abraços

Anônimo disse...

Olá..corrigindo....

Gostei do DVD do Cat Stevens,mas houve um momento no qual ele reclama de uma fita crepe no microfone que pregaram umas flôres, com agressividade, chamando a pessoa que colocou de idiota, estúpido, mas claro que uma nota deafinada não vai desmerecer o valor do concerto, pois temos o hábito de endeusar nossos ídolos, gosto muito de suas composições, e este exagero de sua parte naquele momento me chamou a atenção. esquecemos as vezes de que são pessoas como nós.

Abraços a todos

Anônimo disse...

Muitas pessoas talves duvidem que encontrar Deus seja a finalidade da vida,mas todos podem aceitar a idéia de que o propósito da vida seja encontrar a felicidade.

Digo que Deus é Felicidade, Bem aventurança, Amor.É o júbilo perene da alma. então por que voce não tenta alcançar esta felicidade? Ninguém maismpode dá-la a você.Você tem de cultiva-la, você mesmo, permanentemente.

Mesmo que a vida lhe tenha dado em certo momento, tudo o que você queria- riqueza,poder,amigos-, passado algum tempo você se torna de novo insatisfeito e necessita de algo mais.

Uma coisa porém,jamais se tornaria monótona para você: a própria alegria! A experiencia inteirior que todos estão buscando é a felicidade que é deliciosamente variada, embora sua essencia seja imutável.

A alegria perene, sempre renovada é Deus. Encontrando essa alegria dentro de você, você a encontrará em tudo no mundo exterior. Em Deus você terá acesso a Fonte da perene,infindável
bem- aventurança

P. Yogananda

regina disse...

Petrus,
Sua atitude desculpando a agressividade de Yusuf Islam (cat stevens) é muito bonita.
Ele converteu-se de corpo e alma ao Islamismo, abandonou a carreira no auge, (o que é muito dificil), para procurar seu caminho espiritual.
Para mim isso é um grande exemplo de desapego e de amor ao próximo.
Morava em Londres nos anos 70 e ele era um ídolo na época, tanto que, no meu casamento tocamos só Cat Stevens, concordo tambèm que as novas composições não saõ tão boas, mas o espírito agora é outro, menos superficial.
Porém como Father & Son ,Hard Head Woman e outras que também ,passavam mensagens verdadeiras, ele não nos apresentou ainda.
Mas isso era nos anos 70, estamos em 2007, tudo mudou, e para melhor nesse caso especifico, no tocante a opção feita por ele ao priorizar o interior e abandonar a glória e fama no palco, agora ele atua no Palco da Vida.
Eu sei que vc não está despretigiando, somente comentando, e eu estou colocando meu ponto de vista para enriquecermos o assunto.( Se é que posso enriquecer alguma coisa, através de minha cultura e ótica limitada.)Hei de aprender.
Um abraço amigo

Anônimo disse...

Oi Regina e amigos...

Vc está mesmo enriquecendo o debate, Regina, e jamais pensar que não é rica a sua colaboração, é sincera, e real, e é isto ao que me refiro quando coloquei a situação do show, foi para mim mesmo, aliás quando falamos sempre estamos falando para nós mesmos.

Acontece é que eu tinha toda uma aura formada em torno do Cat Stevens, pela profundidade das letras, o teor subjetivo de muitas de suas canções. quando vía aquela cena, me dei conta que a maioria era fantasiada por mim mesmo. Ele naquele momento estava iniciando o sua caminhada interna, e longe de mim lulgar o seu ato, olhar a cisco em seu olho.

deixei claro que este fato não diminui em nada o seu valor, ando cantando suas canções quase todo o tempo.Suas melodias não cansam meus ouvidos.

Foi apenas para dizer a mim mesmo que compreendia aquele seu momento em cima do palco, todas as atenções voltadas, e que em ralidade era eu mesmo que estava alí, tanto ontem como agora, sujeito a perder o contato com o interno, e dar uma balançada, mas não cair.

Imagine! 1976. O auge!

Em verdade, nunca o conhecí como pessoa, não sei como ele hoje se comporta, teria que conviver, para poder saber.

Prefiro não julgar,apenas observar, e percebo que é a mim mesmo que observo.

Continua sendo um dos meus preferidos, tenho muitos poucos que sobraram depois destes anos todos, Cat Stevens é um dos primeiros.

Abraços a todos

Anônimo disse...

Petrus
Que beleza de pensamento.
Se eu estou indo você está voltando, aprendo cada coisa, meu pai dizia também, não adianta fugir que você vai junto.

Realmente não diz muito, preocupações burguesas, o que é bom e o que não é, é muito mais essencial. Acredito também que estamos vivendo aqui em um estágio e a evolução deve ocorrer, talvez nós possamos melhorar esta evolução voltando-nos para o que é bom, mas é complicado, até o conceito de bom pode ser relativo, se pensarmos muito,a razão pode confundir-mos, talvez seja melhor como disse, não pensar e deixar fluir, no silencio.
deixar o subconsciente falar naturalmente, não há ocasiões em que nos esforçamos para lembrar algo e só depois, relaxados a idéia vem a mente?,

Assisti certa vez uma palestra sobre técnicas de venda e uma palestrando estava ensinando uma técnica chamada Rapport que consistia basicamente em mostrar-se um igual para o interlocutor, segundo ela, se estamos conversando, seu consciente está focando o assunto, o rosto, enquanto que o subconsciente está ligado em tudo, até nos gritos do vendedor de pastel em uma banca lá no térreo. Ao transmitirmos ao subconsciente do interlocutor a idéia de que temos afinidades, este se desarma e a pessoa se sente mais propensa a aceitar o que falamos, inclusive a comprar ( este é o lado sórdido da coisa) ela sugeria que se a pessoa colocasse a mão na mesa, deveria -mos, sem ela perceber, colocar também, e assim por diante, até o momento em que fazemos um gesto e o outro, inconscientemente o segue neste gesto, significando que a pessoa está mais receptiva. Realmente não sei se é verdade, mas passei a reparar melhor nisto e parece que tem um fundo de verdade.
Não sei se há muita conexão com o assunto mas a existência deste subconsciente é um fenomeno a ser considerado.


Z

É isso mesmo, São Chico, um lugar bem legal, sossegado.
Esta história do padre dar uns toques de como é viver a dois realmente parece um contrasenso, em post anterior, não se se o Petrus ou Jakob, contou uma história sobre uma mulher que foi solicitar à um iluminado que desse conselhos à sua filha para que esta não comesse açucar. O iluminado ouviu a questão e pediu a elas que retornassem após uma semana. Na semana seguinte quando mãe e filha retornaram, o homem sábio aconselhou a menina. Perguntado pelos discípulos por que não respondeu na hora, fazendo a mulher retornar depois, eis que o sábio disse, eu precisei neste intervalo de parar de comer açucar para poder aconselhar a menina, é bem por aí.


Abraço a todos.

Anônimo disse...

Caro Rogério..

Apredí que sempre denominamos as coisas que acreditamos são culpadas por watimular nossas fraquezas, esquerda. direita, sociedade consumista, sistema,burguês, enfim um monte de nomeclaturas para tentar externar as responsabilidades por nossa prórpia falta de sabedoria. mas depois que a gente vai desenvolvendo uma consciencia mais espiritual, vai percebendo que tudo funciona como um espelho, vemos apenas o nosso próprio reflexo, se vemos a beleza, o lado positivo, é porque temaos a beleza e o otimismo, se vemos a feiura, o negativo, é porque temos tendencias deprerssivas ainda dentro de nós, em menor ou maior grau.

Jesus disse; Sejam como crianças, o que uma criança vê ?
Pureza,simplicidade, beleza, alegria,pois é alí onde reside a sua consciencia.

Creio que este tambem é o caminho de volta prá casa.

A medida que vamos meditando, vamos desenvolvendo uma acelerada volta ao estado mais puro do ínfimo do ser, e voltamos a perceber as coisas como realmente são; puras e belas, como a nossa consciencia.

Esta questão de ir e voltar, se reflete mais ou menos assim;

Quando você caminha para o Zen, a montanha é montanha, e o lago é lago, quando está se aproximando do Zen, o lago é montanha é a montanha é lago, no Zen a montanha é montanha e o lago é lago.

Isto quer dizer que; Em verdade nada muda, o que muda é o nosso estado de consciencia, a forma de ver as coisas, e que estávamos vendo as coisas de um modo que não refletiam a sua verdadeira natureza.

Esta questão de bom e mau, não deve ser raciocinada mesmo, ela deve ser intuida, percebida,, pois aí não há falha, caso contrario pode ser confudida.

A intuição é o canal que liga o homem a sua alma, e consequentemente a Deus.

Quanto mais você medita mais abre este canal, e mais intiutivo se torna, até que isto fica natural, usado como um sentido a mais, o sexto. mas é preciso treinar, praticar, não acontece assim automaticamente. Existem pessoas que já vem com bastante intuição, mas elas provavelmante desenvolveram em outras vidas, praticando alguma forma de meditação.

No silencio ouvimos a voz da consciencia, a voz da alma.

Depois de uma meditação as idéias são muito ,claras, profundas e simples, como vc colocou.

Como vc colocou, pode-se observar a comportamento de outra pessoa, e existem muitas técnicas, e muitas vezes realmente pode se antecipar certas reações humans, não necessariamente passando pelo sub-consciente, conheço algumas técnicas e a neuro linguistica é uma delas.

Mas a intuição jamais é enganada, está além do subconsciente, e mesmo que vc esteja para ceder a uma situação, a nivel intuitivo, sempre haverá algo dizendo, espere não é por aí, mas as vezes calamos esta incomoda voz, e tomamos decisões erradas, por ansiedade inquietude, falta de auto-dominio, etc, e depois pagamos um alto preço por não ter-mos dado a atenção devida a intuição.

Existe a mente consciente, a mente subconsciente, e a supraconscienciente, esta ultima para entrar requer um esforço maior, e é lá onde contemplamos-nos como realmente somos.

Como o Jakob colocou outro dia..Como um Matrix, onde vc pensa que está vivendo algo, mas em verdade está mesmo é sonhando que aquilo é real.

Mas este é um assunto que requer muita ponderação e calma para entrar, senão vira apenas mais uma informação, mais um divertimento para amente, mais uma ficção.

Deve ser experimentado, vivenciado,trabalhado, para ter esta percepção da relatividade de nosso mundo.

Vamos a uma pequena esplicação desta monja.

" A intuição pode desenvolver-se nas pessoas que são profundamente contemplativas, quer dizer, aquelas que alcançaram, através da meditação este estado de absoluta serenidade no coração e na mente. É preciso que não nos deixemos avassalar pela emoção ou limitar pelo intelecto.

A intuição é uam mistura da mente (o processo intelectual) e do coração (o processo sensivel.

Muitas pessoas possuem a intuição que provem do raiocinio,uma espécie de guia que dirige seus pensamentos.

Em meu próprio caso, a intuição se expressa com grande frequencia através do sentimento.

Quando tenho certas percepções a respeito de algumas pessoas, tais percepçoes se traduzem em vibrações sutís que envolvem meu coração e então sei que--graças a experiencia de anos--que tais pressentimentos são verdadeiros

Sri Daya Mata

Abraços a todos

Anônimo disse...

Petrus e Regina,

Acho um pouco difícil para pessoas acostumadas ao rock e à música pop como nós, ouvirmos e entendermos interiormente a música que Yusuf Islam faz hoje (como 'An other cup', seu álbum recentemente lançado, após 30 anos de ausência). Isso porque houve um corte abrupto na vida dele, um abandono completo do espírito que o levava a criar as obras antes de sua conversão.

Nestes 30 anos, Yusuf Islam dedicou-se integralmente ao islamismo, a educar crianças e a gravar ou cantar músicas que propagassem sua fé. Ou seja, fez um tipo de música sacra-islâmica, e não a música pop à qual as pessoas estavam acostumadas.

Não é possível ouvir a música dele com o mesmo ouvido com o qual ouvimos os Beatles e depois Bach, só buscando o prazer dos sentidos. É preciso um outro preparo e compreensão para isso. Não é uma sonoridade que se avalie e aprecie apenas pela harmonia que sai dos instrumentos. Quando se está embuído de um estado de espírito voltado para coisas mais elevadas, as coisas são "ouvidas" de outra forma. È preciso um preparo.

Por isso, não me parece possível comparar Cat Stevens com Yusuf Islam: são duas pessoas e músicos diferentes. São dois espíritos diferentes que habitaram um mesmo corpo. Um está definitivamente morto (Cat Stevens).

A história da conversão de Cat Stevens é muito bela e tem tudo a ver com histórias como a deste post. Há duas versões: uma diz que ele estava tuberculoso, e prometeu que, se se curasse, abandonaria tudo e viveria para Deus. Em outra, diz-se que ele estava num hospital, quando foi visitado por um imã muçulmano e, ao ouvir a recitação do Alcorão, pediu a conversão na hora.

Não sei qual das duas versões é a verídica, mas o fato é que ele virou as costas para tudo o que envolvia a cultura do pop e do rock e dedicou-se, a partir de então, ao Islã e a crianças na Inglaterra e no mundo todo.

Acho que já mencionei isso uma vez aqui -quando falava sobre Paco de Lucia-, mas raramente paramos para pensar no custo que uma obra de arte que tanto nos agrada pode ter para quem a faz ou cria. Não sabemos o preço que o artista 'paga' para que nosso prazer seja garantido.

Como música para meu prazer, realmente prefiro Cat Stevens. Mas para minha alma, para ouvir algo que me toca mais fundo e não apenas para o prazer do meu corpo, sem dúvida alguma prefiro Yusuf Islam.

Rogério,

a historinha que você citou fui eu que contei, há tempos.

Abraços fraternos

regina disse...

Jakob,
em outras palavras você falou exatamente a mesma coisa que coloquei em meu post.
São duas historias de duas pessoas, uma de 1970 outra de 2007.
Eu poderia dizer que convivi com ele de certa maneira, pois na época meu ex marido trabalhava como manager de uma casa onde ele apresentava-se, e não sei de Histórias tão fantasiosas a respeito de sua conversão, mas o que soube na época em que tornou-se low profile, é que estava estudando a doutrina islamica e até tentou apresentar a sabedoria do Corão aos amigos, mas ele precisava antes ter certeza que esse era o caminho certo, pois a fama e o dinheiro não o satisfaziam mais.
Ele chegou a ser essa outra pessoa que é hoje conscientemente, e fez todo um percurso muito dificil, na direção contrária ao que os astros da música geralmente fazem.
Petrus
Sua aula, ou seja seu ultimo post foi comovente, com grandes lições, mas quando digo que tudo é um processo, eu quero dizer que cada passo deve ser consciente mas ao mesmo tempo devemos usar a nossa intuição, para saber o que queremos e qual a maneira para cada um de nós alcançar a sabedoria tão necessária ao espírito.
Qero ainda dizer como jáfiz a um bom tempo através de um email ao Jakob, que fiquei profundamente revoltada com a atitude das autoridades norte americanas proibindo que Yusuf Islam entrasse nos Estados Unidos da América, uma pessoa que não tem notóriamente um comportamento de terrorista e sim uma filosofia de paz entre os povos.
Foi impedido pela sua religião.
sem maiores explicações, essa é a maior democracia do mundo?

Anônimo disse...

Jakob,

Se o post anterior desafiava ao posicionamento em questões polêmicas, este estimula a literal convergência de espíritos.

Concordo com seu entendimento de que frequentemente respondemos com “mais tarde” à voz interior, ainda que a tendo escutado. Minha menção a esse ardil do “eu controlador” não foi formulada como reparo à qualidade da experiência do agora monge de que trata o post. Com efeito, ele teve, há muito tempo, a sensibilidade essencial para ESCUTAR a voz (a dita intuição, sempre revisitada pelo Petrus). Se, por um lado, seu pragmatismo o levou a responder “agora, não”, pondero que talvez tenha sido esse mesmo pragmatismo que, numa reviravolta, proveu as condições para que, ainda antes de morrer, pudesse interpelar a voz com esse sempre tempestivo “agora, sim”!

Acho que naquele intervalo de décadas se inserem os desígnios da Providência, ou, como diriam os árabes muçulmanos (e os leitores de Paulo Coelho), MAKTUB (estava escrito). Não era para ter sido antes, os elementos que conduziriam à sua jornada (do então engenheiro) ainda estavam por ser recolhidos. E, como você disse, com cada um de nós o mesmo acontece – cada um a seu tempo, o que não significa, em absoluto, que devamos negligenciar a voz, como nosso pequeno “eu” sempre nos tenta levar a fazer.

Aliás, muito interessante o resgate, que você conosco compartilhou, da importância desse “eu” aprisionador, que nos retém do acesso ao Absoluto. Ele tem sua nobre FUNÇÃO, que o redime: a de nos oferecer, nas fronteiras da identidade, abrigo contra pulsões externas caóticas que, de outra forma, viriam nos consumir antes que tivéssemos tempo de trilhar (quem sabe, mesmo de iniciar) nosso caminho. Ainda nas suas palavras, fundamental é aprendermos a tirar o devido proveito de sua função sem nos abandonarmos à sua tirania (que o medo e o prazer nos intimidariam a aceitar pela eternidade), para que chegue o grato momento em que o possamos descartar.

Regina,

A questão do ego, conforme situada pelo próprio Jakob, tem seu lado utilitário, do qual se espera que nos beneficiemos. Além de o Carnaval ter toda uma dimensão positiva (que nos acostumamos a minimizar em função dos excessos que acontecem) , de celebração da beleza e da vida , a realização de seu desejo de ser rainha de bateria constitui experiência de grande potencial construtivo. Estar de bem com o corpo e com o ego favorece a pacificação da mente e o curso do espírito. Parabéns e saiba que fico encantado em saber que não és rainha apenas no nome. Admirável também é a sua iniciativa de aprender a andar de moto (nunca esquecendo os petrechos de segurança). Eu, de minha parte, confesso que, de tempos em tempos, ainda acalento o sonho de me equilibrar sobre uma prancha – coisa que não fiz quando era moleque. Mas precisaria emagrecer um bocado primeiro...

Por fim, no que diz respeito ao tal “livro” que somos tradicionalmente instados a partejar, pergunto-me se não será (sem compromisso de quaisquer obras que, porventura, deixemos no papel) uma metáfora para o nosso trilhar, nosso testemunho e legado à posteridade, incluído aí esse fruir do ego. Não terá Garrincha, por exemplo, “escrito” o dele com as chuteiras?

Petrus, Rogério, Renato e Z.,

Como sempre, muito a refletir - e aprender - com seus comentários.

Anônimo disse...

Regina...


Para ser no mínimo justo e imparcial gostaria de informar que Yusuf teve o seu visto negado de entrar nos EUA, não por ser muçulmano ou iraniano, pois ele hoje é uma espécie de monge e não se evolve nas atividades politicas do Irã, mas sim por seu posicionamento a favor do sequestro de americanos na época da revolução islamica no Irã.

Quano o pessoal da guarda revolucionaria invadiu a embaixada do EUA em Teerã, Yusuf se pronunciou a favor daquilo que foi o estopim de uma crise que sea avoluma até os dias de hoje.

Não sei quais foram os motivos que o levaram a se pronunciar, pode ser até que exigiram dele esta prova de fidelidade, mas pessoalmente eu não apoio o ato de sequestro de pessoas, sejam de que nacionalidade, ou por qual o motivo, por mais justo queiram se justificar.

Naquele momento o Irã estava em ebulição, é até compreensivel, mas jamais justificavel.

Anônimo disse...

Holofernes..

Como vc colocou, eu havia lembrado este detalhe parafreseando a canção do Gil;

Abacateiro aguardaremos o teu ato
Nós tambem somos do mato
Como o pato e o leão

Aguarderemos no regato brincaremos
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração

Abacateiro, sabes ao que estou me
referindo, como todo tamarindo tem
O seu Agosto azedo, cedo antes que janeiro
doce manga venha ser tambem.

A fruta só solta-se naturalmente,quando está madura.

Abraços a todos

Anônimo disse...

Amigas e amigos,

bom dia a todos.

Regina, Holofernes,

Neste post estamos dando margem a um outro tipo de reflexão, diferente do anterior. Mas todas, ao meu ver, são importantes para tornar nossa mente e espírito mais claros com relação às coisas que nos cercam. Alguns posts são mais suaves (como este); outros mais desafiadores e incisivos (como o anterior).

Observo que na rotina dos blogs, em geral, as opiniões quase sempre são calcadas nas emoções e nos impulsos. Ou seja: é tudo muito rápido, sem tempo para 'saborear' e digerir as impressões que chegam. Acho que se conseguirmos nos deter e observar melhor e de mais perto as coisas, poderemos ampliar nossa visão, gradativamente.

Petrus,

Yusuf Islam foi incluído na lista de apoiadores do terrorismo islâmico depois de 2003, portanto, não há relação com o apoio à tomada da embaixada americana em Teerã, em 1979. A lista dos apoiadores do terrorismo foi criado depois do 11/09/2001 e inclui não apenas muçulmanos, mas comunistas e amigos famosos da esquerda, como, por exemplo, Gabriel García Marquez.

Tanto isso é fato, que a revolução islâmica aconteceu em 1979, e antes de 2003, quando foi declarado 'persona nos grata', Yusuf Islam esteve diversas vezes nos EUA. Por que então, de repente, tornou-se 'amigo' do terrorismo?

Vale lembrar também que, embora apoiar sequestros seja sempre um erro -até porque o governo americano à época (de Jimmy Carter) foi o mais pacífico de toda história dos EUA-, os Estados Unidos sustentaram um dos regimes mais criminosos que se teve notícia no Oriente Médio, do Xá Rezha Palevi.

Portanto, nada justifica a atitude do regime do marginal da Casa Branca para com o grande Yusuf Islam, uma das pessoas que mais vêm fazendo pelas crianças e pela paz no mundo, na atualidade.

Abraços fraternos

Anônimo disse...

O governo americano sabe muito bem que Yusuf Islam não é terroista e que nao oferece risco algum à "democracia" yankee,porém,o ato de proibi-lo de entrar em seu território,faz parte de uma sistematica propaganda anti-islã,que tem como meta associar a religião ao terrorismo sem qualquer distinção.

Anônimo disse...

Caro amigo ..

Sem querer entrar no mérito da questão politica e partidaria, ou de quem é o vilão da historia, vou relatar apenas o que eu assistí na época.

Como vc sabe o acontecimento do sequestro dos americanos em Teerã foi na gestão Carter, e desde aquela época da declaração do Cat Stevens a favor da ação, ele já foi considerado "persona non grata" nos EUA, e proibida a sua entrada em solo americano.

Lembro-me de assitir na TV, um rolo compressor passando por cima de milhares de discos do Cat Stevens, e que foram levados por fãs americanos em protesto contra a sua declaração.

Portanto não foi depois de onze de Setembro que ele foi colocado na lista negra, considerado terrorista, ele apenas foi incluido tambem nesta, pois já não tinha permissão para entrar em territorio americano.

Vc tem certeza de que ele entrou depois do sequestro dos americanos? Que eu saiba, depois de sua declaração, não entrou mais nos EUA.

Como vc sabe sou fã dele,e quero me ater apenas a fatos historicos, e não entrar no mérito de quem é vilaõ ou mocinho, pois neste mundo relativo tudo é muito transitorio.

Abraço a todos

Anônimo disse...

Petrus,

não sabia deste episódio,achei que o caso era apenas sua conversão e ao 11/09....obrigado pela informação.
Abraço!

Anônimo disse...

De maneira geral, a islamofobia só tem aumentado nos Estados Unidos e na Europa.

Nunca li nada sobre Salmon Rushdie, mas sei que suas obras despertam profundos protestos entre a comunidade muçulmana. E numa atitude que foi vista como um ultraje por países muçulmanos, este escritor recentemente foi proclamado "Cavaleiro do Império Britânico".

Intencional ou não, recentemente li uma matéria a respeito de um erro da CNN ao se referir ao senador e pré-candidato Barak Obama: ao invés de "Obama", seu sobrenome apareceria no ar como "Osama".

Não deixa de ser interessante menosprezarem um candidato negro e democrata, vinculando "sem querer querendo" o mesmo ao famoso terrorista.

Os filmes hollywoodianos não ficam atrás, para eles iranianos são também árabes, os árabes por sua vez aparecem como um povo primitivo, todo muçulmano é árabe e vice-versa e por aí vai.

E o mais triste ainda é notar que a civilização ocidental, capitaneada pelos "yankees" e que tanto se vangloria de ser superior, acaba se esquecendo de que todo o desenvolvimento científico e econômico a que chegou só foi possível graças a importantes contribuições muçulmanas na Matemática e em outras ciências. Muito do que chegou até nós da filosofia grega deve-se ao trabalho de estudiosos muçulmanos da Idade Média.


Uma boa tarde a todos!

Anônimo disse...

Renato

A propósito da sua colocação sobre o pré candidato Barak Obama, ontem vi no roda viva, entrevista com o Soros que afirmou acreditar na eleição deste, e a entreveista surpreendeu-me pois esperava encontrar um ser pragmático, frio e caulculista, porém pareceu-me tratar-se de um cara com princípios, criticou a manipulação política de Bush quando da invasão do Iraque, defendeu o controle dos mercados financeiros para dar estabilidade aos países, e outras idéias, digamos mais a esquerda.

o melhor aconteceu no final quando perguntado o por que da decisão, ao longo da vida, em ganhar dinheiro, ele respondeu que antes não imaginava ganhar tanto dinheiro, que procurou a verdade e encontrou o dinheiro.
Será que este cidadão realizou plenamente o seu potencial?.

Anônimo disse...

Caro Ibrahim,

Nhá Chica teve um história de vida dedicada a Deus,não? Podemos ver semelhança na história com o assunto do post?

Aquele abraço!

Anônimo disse...

Caro Renato,

além dos EUA,no Canadá tbm existe uma "islamofobia".Sei disso pois tenho muitos parentes canadenses,estão lá há 40,50 anos e mesmo os seus decendentes,cidadãos canadenses natos,sofrem discriminação e preconceito. No épisódio do 11/09,tiveram suas mesquitas apedrejadas e sofreram fortes ofensas pelo povo "europeu" do Canadá.
Lamentável.

Anônimo disse...

Petrus,

conferi a informação e de fato Cat Stevens tentou voltar, mas não chegou a entrar nos EUA. A filha dele, sim, em 2004. Mas ele foi mesmo incluído na lista de apoio ao terrorismo bushiana, por um fato de quase 30 anos atrás.

Renato e Rogério,

vi esta tramóia da imprensa contra Obama. Mas não há nenhuma chance de ele vencer a eleição norte-americana. Não chegou a hora de um negro. Mas de uma mulher com todos os vícios políticos, sim. O próximo presidente será Hillary Clinton. Só Ruddy Giuliani, republicano, tem cacife para vencê-la.

Sobre Soros, ele é um dos maiores doadores anti-Killer Bush no mundo, hoje.

Walid,

Nhá Chica é uma santa, uma verdadeira amiga de Deus (ou de Allah, como dizem os muçulmanos). Quem entra no local onde está sua tumba -como eu e você, que já esteve lá também- sente a força impressionante que emana do lugar.

A vida dela foi inteiramente dedicada ao semelhante. Ela era analfabeta. Uma vida simplesmente maravilhosa. Ela entrará num post futuro, pode ter certeza. Já está alinhavado.

Abraço fraterno!

Anônimo disse...

Olá pessoal, como o post sufere o crescimento e a realização do potencial humano, vou enviar esta.....para nós todos.




Como conviver com pessoas difíceis
Susan Andrews

Todos nós, mais dia, menos dia, esbarramos em alguém que nos tira do sério. Uma pessoa realmente difícil. Não falo dos carrancudos usuais que cruzam nossos caminhos e depois desaparecem, como motoristas mal-humorados, vendedores ou entregadores grosseiros. Refiro-me aos que nos enlouquecem, pisam em nosso calo, mas que não podemos ignorar, tampouco evitar, como colegas de trabalho, vizinhos ou parentes. Pode até ser que sejam personalidades do "Tipo A", que explodem sua raiva em nós. O psicanalista Eric Berne se refere ao jogo psicológico que ocorre com essas pessoas como "gritaria". Quando o discurso racional fracassa - o que geralmente acontece, pois afinal essa é uma pessoa difícil -, as vozes se elevam e o conflito se intensifica. Segundo Berne, há três possíveis desfechos para o jogo:

a) você sai do recinto e bate a porta;

b) a pessoa difícil sai e bate a porta;

c) ambas saem e batem a porta. De qualquer modo, o jogo da "gritaria" sempre culmina com uma porta batendo.

Em vez de tentar mudar a outra pessoa, deveríamos ter cuidado para não entrar no jogo dela. Não interpretar a beligerância como um ataque pessoal e não entrar na reação de "lutar-ou-fugir" que herdamos da vida animal. Ao praticar diariamente técnicas de autotransformaçã o, podemos manter o equilíbrio mental até mesmo nas situações mais conflitantes, sem responder a rompantes e chantagens emocionais. Poderemos ouvir calma e atentamente, sem entrar no ringue para nos defender. Uma história do folclore coreano ilustra bem isso:
Uma jovem mulher, Yun Ok, foi até o célebre monge da montanha.
- Ó respeitável sábio - disse ela. - Estou em dificuldades! Faça-me uma poção.
- Tudo bem - disse o sábio. - Qual é sua história?
- É meu marido. Nos últimos anos, ele esteve ausente, lutando numa guerra. Agora que voltou, quase não fala comigo. Se falo, ele parece não ouvir. Quando abre a boca para falar, é rude e zangado. Se lhe sirvo comida, ele não gosta; empurra o prato para o lado e sai da mesa raivoso. Preciso de uma poção para que ele volte a ser amoroso e carinhoso!
O sábio respondeu:
- Tenho a receita. Mas o ingrediente essencial é o bigode de um tigre vivo.
- O bigode de um tigre vivo! - disse a moça. - Como vou conseguir isso?
- Se a poção for realmente importante para você, então você terá êxito - respondeu o monge.
A moça foi para casa. Naquela noite, enquanto o marido dormia, saiu furtivamente com uma tigela de arroz e um naco de carne. Chegou a uma prudente distância da caverna de um tigre, estendeu a comida e o chamou para comer. O tigre não veio. Na noite seguinte, fez a mesma coisa, desta vez mais perto da caverna. De novo, nada aconteceu. Todas as noites ela ia à caverna, cada vez se aproximando mais. Pouco a pouco o tigre acostumou-se com ela. Certa noite, chegou a uma distância da qual se poderia atirar uma pedra na caverna e parou. A moça e o tigre fitaram-se sob a luz da lua. Na noite seguinte, ela se aproximou ainda mais, a ponto de estar tão próxima que poderia falar com o tigre com uma voz muito suave. Pouco depois, o tigre comeu a comida oferecida.
Na outra noite, o tigre a esperava. Depois que ele comeu, ela passou a mão sobre sua cabeça, e ele começou a ronronar. Seis meses haviam se passado desde a noite da primeira visita. Finalmente, depois de te-lo acariciado na cabeça, ela disse: "Ó generoso Tigre, preciso de um de seus bigodes. Por favor, não se zangue comigo!". E ela cortou um dos bigodes. O tigre não se zangou, e a lambeu. Ela correu em disparada pela trilha, com o bigode nas mãos. Exultante, chegou à caverna do eremita:
"Ó grande sábio, consegui o bigode do tigre! Agora você pode fazer a poção mágica!".
O sábio examinou o bigode cuidadosamente, satisfeito porque era mesmo de tigre, e jogou-o na fogueira.
- O que você fez? - gritou a moça. - Depois de todo o esforço que eu fiz para pegar o bigode!
- Conte-me como você o conseguiu - disse o sábio.
- Todas as noites, eu ia à caverna do tigre com uma tigela de comida, para ganhar sua confiança. Falava docemente com ele, para faze-lo compreender que só queria seu bem. Fui paciente. Cada noite, levava comida sabendo que ele não a comeria. Mas não desisti. Nunca falei asperamente, nem o censurei. Finalmente, numa noite, ele andou alguns passos em minha direção. Nas noites seguintes, ele já estava me esperando na trilha e comia da tigela. Passei a mão em sua cabeça e ele começou a ronronar. Foi aí que consegui cortar o bigode dele.
- Você domesticou o tigre com sua persistência e seu amor - disse o sábio.
- Mas você jogou o bigode do tigre no fogo! Foi tudo a troco de nada! - lamentou-se ela.
- Não, não foi tudo a troco de nada. Você não precisa mais do bigode. Será que seu marido é mais feroz que um tigre? Será que ele é menos sensível ao carinho e à compreensão? Se você é capaz de ganhar a confiança de um animal selvagem e sedento de sangue com suavidade e paciência, certamente poderá fazer o mesmo com seu marido!
Yun Ok permaneceu emudecida por alguns momentos. Então voltou pela trilha, refletindo sobre a grande verdade que havia aprendido do sábio da montanha. O segredo para lidar com pessoas difíceis é não morder a isca da negatividade delas e deixar que elas mordam sua isca de um coração empático e cheio de amor.

Anônimo disse...

Correção

Como o post sugere.....

Anônimo disse...

Rogerio..e demais amigos...

Segue a letra do grupo já extinto.."Sagrado Coração da Terra", e que tem uma importante dica para conseguir-mos separar o que realmente podemos cosiderar bom ou mau.

Nada que limite, nada que nos prenda
Nada que acorrente os nossos pés ao chão
Nada que escravise os nossos pensamentos
Pois o amor dá asas e nascemos prá voar
O Universo nos espera e o futuro é agora!

Tudo que nos solte, tudo que liberte
Tudo que nos faça saudaveis e felizes
Tudo que ilumine o corpo, o coração, e a mente
Pois o amor dá asas e nascemos prá voar
O Universo nos espera, e o futuro é agora !

Abraços a todos....

Anônimo disse...

Petrus,

muito bons os textos que enviastes!

Boa noite a todos!!

Anônimo disse...

Amigos e amigas,

aproveito a 'deixa' do Petrus, e lhes deixo esta bela música, com a respectiva letra. Para quem quiser ouvir. Ou cantar junto.

http://www.youtube.com/watch?v=zQ0mF38r9Ck

Tocando em Frente
Renato Teixeira e Almir Sater

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Sinto que seguir a vida
Seja simplesmente
Conhecer a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Cada um de nós compõe
A sua própria história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Anônimo disse...

Dá-lhe Jakob...

Bela música...


Um dia agente parte só desta vida, assim como chegamos sós um dia, o diferencial será a qualidade das pegadas que deixamos......

Boa noite a todos.

regina disse...

Amigos,
Voltando ao caso que eu criei, ao citar o Yusuf Islam,eu tenho uma amiga posso dizer amiga sem exagero , que foi consulesa dos EE.UU, em S.Paulo, e o critério de aprovação de visto ou de entrada nos Estados Unidos, tudo antes do 9/11, ´e o seguinte, em dúvida nunca pro reu, mas qualquer um pode ser impedido de entrar por um critério absolutamente arbitrário, não comunicam a ninguem, o porquê você não poderá entrar.
Você pode requerer uma satisfação atraves de carta do seu domicilio ao depto de Justiça Americana, que lhe enviará uma carta dizendo que nada existe contra você, mas ao tirar seu visto você o terá recusado e eles não precisam e nem lhe dão satisfação do porquê.
Isso é assim mesmo; e desafio quem não acreditar , posso lhe apresentar alguem que já teve esse tipo de problema ,onde você encontra um guarda com uma metralhadora voltada para você , que nunca chegou a conhecer nem um revolver; um vidro ante tudo fechado na sua cara, um americano arrogante com o qual você fala por um buraquinho, que repentinamente é fechado na sua cara, só por que vc quer saber por não pode entrar, sendo que seu perfil,não tem nada a ver com imigração ilegal,ou qualquer coisa ilegal.
Vc não saberá o porquê e nunca conseguirá esse visto.
Por isso acho que o Yusuf Islam, foi proibido de pisar em solo americano,para servir de exemplo;
Não acredito que haja nem um motivo válido para essa atitude .
Ele deve ter embarcado com visto, não sei se é necessário, mas se aqui é; muito mais para muçulmanos.
Essas versões são criações da midia, pois eles não declaram de maneira alguma o real motivo desse gesto covarde e discriminatório.
Vide Guantanamo, nem eles sabem, por que estão lá.Nem quem está lá.
Isso para mim é terrorismo puro, você não saber o que pode acontecer com voce se te confundirem com outro. Essa historia é longa e triste.
Prefiro a suavidade e delicadeza, dos textos que leio aqui, agora poesias, letras de mùsicas etc,
Uma convivência exemplar, onde cada um pode colocar seu ponto de vista ,sem ser agredido e sem impo-lo. Pessoas cultas que pesquisam para opinar ou citam suas fontes sempre consistentes.
Parabéns Jakob , mais uma vez, seu
Blog, do qual participo com o maior orgulho, é um exemplo de civilidade.

Anônimo disse...

Regina,

muito grato por suas sempre amáveis palavras.

Um abraço fraterno

Anônimo disse...

Sem dúvida este "post" teve o mérito de fazer parar e pensar. É um prazer ler os comentários. Aprender.

Sinto que o processo de mudança é permanente. Ouço a música Tocando em Frente enquanto escrevo.

Não sei se o meu caminho poderia ser como o deste engenheiro que decidiu ser monge trapista.

Acredito mais na ação, como é o caso do Yusuf Islam. Se todos optássemos pelo não-ação (sem desmerecer aqueles que o fazem), os abutres tomariam conta. Aliás, já estão tomando conta.

Amigos, mando abraços a todos!