terça-feira, 3 de julho de 2007

As manipulações da mídia


A recente descoberta de carros-bomba em Londres, na Inglaterra, desencadeou no mundo ocidental mais uma avalanche de anti-islamismo e de manipulação de informações e conceitos por parte da mídia. Embora nada tenha acontecido de efetivo –exceto a descoberta de veículos carregados com material com potencial explosivo-, a imprensa ocidental transformou uma tentativa de atentado em atentado de fato.

Imediatamente na seqüência da descoberta destes veículos, no dia 30 de junho, um carro explodiu ao bater numa parede do aeroporto de Glasgow, sendo definido como “atentado terrorista” antes mesmo de qualquer averiguação da polícia britânica. Soou então o alerta vermelho não apenas na Inglaterra, mas na casa de seus patrões, os EUA. Com ele, foi deflagrada uma nova onda histérica, acompanhada de mais uma caça às bruxas (leia-se 'comunidade islâmica'). O monstro terrorista, que se explode e leva consigo criancinhas e inocentes indefesos em restaurantes, está à espreita novamente. Jornais como o inglês “The Times” escrevem que não apenas os muçulmanos radicais, mas também os moderados, são potencialmente responsáveis por não declararem sua aversão ao terrorismo.

Este tipo de comportamento da grande mídia ocidental não é de se estranhar, uma vez que quase toda ela é muda e subserviente aos desmandos e ao terrorismo oficial de Estados Unidos, Inglaterra e Israel, que invadem nações e territórios, violando continuamente as Leis Internacionais e as Resoluções da ONU. Israel, por exemplo, só se lembra da ONU para mencionar a resolução (aliás extremamente controversa) que deu origem a seu país. Quando se mencionam as mais de 60 resoluções não acatadas, a resposta das autoridades israelenses é invariável: “A ONU é um organismo antiamericano ou dominado por países árabes”.

Dentro destes países, muito além da realidade ‘real’, as ameaças terroristas são usadas como forma de colocar um cabresto na opinião pública e justificar mais intervenções contra outros povos, além de estigmatizar a oposição e aterrorizar estrangeiros residentes. “Se eles não gostam de nossa sociedade aberta, que voltem para seus países de origem”. Ou “eles se aproveitam de nossas democracias para miná-las internamente, que vão embora”. Por trás destes chavões surrados, oculta-se uma política que visa legitimar o preconceito racial e que pretende criar aparthaids contra imigrantes islâmicos, apresentando-os como incapazes de viver em sociedade. Pretende-se, também, mostrar a política norte-americana para o Oriente Médio como indispensável para ensinar aos ‘bárbaros’ islâmicos o que é democracia. Naquela região, uma vida inglesa, israelense ou norte-americana vale mais do que a de 500 mil iraquianos -número de mortos desde a invasão do Golfo, de 1991 até a queda de Saddam, em 2003, em consequências da contaminação pelo uso de bombas de urânio empobrecido. “É o preço a pagar pela liberdade”, como ensinou a ex-secretária norte-americana do governo Clinton, Madeleine Albright.

Se é verdade...

Se é verdade que os ataques terroristas mataram 3 mil pessoas nos EUA, também é verdade que o terrorismo de Estado norte-americano já é diretamente responsável pela morte de 1 milhão de pessoas no Afeganistão e Iraque, além do deslocamento de 6 milhões de seres humanos para países como Síria, Irã e Paquistão, criando novos barris de pólvora na região, sem infra-estrutura adequada para abrigar tanta gente.

Se é verdade que o terrorismo palestino ou islâmico matou cerca de 2 mil pessoas em Israel ao longo de 30 anos, também é verdade que Israel já matou mais de 50 mil civis e inocentes no mesmo período, sem contar militantes jihadistas e os mortos pelo terrorismo oficial daquele país, batizado de “assassinato seletivo”. Para Israel, EUA e Inglaterra, a mídia sempre dispõe de algum eufemismo para suavizar suas ações, tais como “assassinatos seletivos” no lugar de terrorismo; ou “ocupação”, em vez de “invasão”. Consciente ou inconscientemente, retoma-se o mesmo vocabulário do tempo da colonização britânica na Índia ou Oriente Médio.


Pequena lista de mentiras, distorções e omissões da mídia

Governo “terrorista” do Hamas – Eleito democraticamente no começo de 2006, antes mesmo que tomasse posse ou que adotasse qualquer tipo de conduta pró ou contra-Israel, o novo governo foi boicotado pelos EUA e nações ocidentais, e o dinheiro dos impostos palestinos foi confiscado por Israel. Sim, é verdade que o Hamas é inimigo figadal de Israel. No entanto, antes de qualquer tentativa de negociação, um governo democraticamente eleito foi sabotado, e mais de 2 milhões de pessoas foram deixadas à míngua, confinadas em dois territórios de maneira ainda mais indigna do que antes. O resultado foi uma briga fratricida entre milhares de desempregados, já atolados no banditismo comum a sociedades marginalizadas. Agora, Abbas surge como único representante legítimo da Palestina e Israel mostra sua “generosidade” ao repassar, mais de 1 ano depois, o dinheiro que sempre pertenceu àquele povo.

Em São Paulo, um dos quatro maiores jornais online do país, durante a data de aniversário dos 40 anos da Guerra dos Seis Dias, em 1967, entre Israel e países árabes, publicou exclusivamente o ponto de vista israelense (no dia 2 de junho), violando o princípio mais básico do jornalismo, que é ouvir a voz de todos os envolvidos em igualdade de condições. Apenas a partir do dia 5 de junho, a versão árabe foi apresentada.

Também há pouco mais de um mês, outro veículo da grande imprensa paulistana distorceu uma notícia sobre a morte por apedrejamento de uma jovem no Curdistão iraquiano. A culpa recaiu sobre os muçulmanos, sempre apresentados convenientemente como bárbaros incapazes de decidir seu próprio destino. No caso em questão, a jovem foi apedrejada por membros da seita zaidista, por haver se convertido ao Islã para se casar com um muçulmano. Exatamente o oposto do difundido pela referida publicação.

A imprensa pró-Ocidental se esforça continuamente para descaracterizar a insurgência iraquiana, classificando-a e a todos que combatem as forças americanas naquele país como “terroristas”. A mídia vende o conflito como uma guerra étnica, entre sunitas e xiitas. A presença de mais de 200 mil mercenários a soldo do exército norte-americano e das corporações petrolíferas simplesmente é omitida, bem como as ações das agências de inteligência na região.
O mesmo veículo de comunicação que omitira a visão árabe da Guerra dos Seis Dias, chega –por ocasião dos novos “atentados” na Inglaterra- ao absurdo de escrever que a preferência dos terroristas pela capital inglesa se deve ao fato de a Inglaterra ser uma sociedade aberta (como se os terroristas não cometessem atentados também na Argélia, no Marrocos, no Iêmen e até mesmo na Coréia do Norte) e ser forte candidata a centro financeiro mundial (Quais as grandes empresas inglesas? No que a Inglaterra se fortaleceu como centro financeiro mundial, desde a devolução de Hong Kong à China? Desde quando um artigo de “The Independent” serve como base para alguma afirmação econômica definitiva?). Não seria apenas por que a Inglaterra, junto com os EUA, invadiu o Iraque? Quantos atentados islâmicos houve na Grã-Bretanha antes da invasão anglo-americana ao Iraque?

A mídia não divulga, por exemplo, que, em janeiro de 2007, pesquisa realizada pelo Instituto Gallup –o de maior credibilidade em todo o Ocidente- mostrou que apenas 7% dos 1,4 bilhão de muçulmanos são favoráveis ou justificam, de alguma maneira, o terrorismo. Motivo: não interessa melhorar a imagem dos muçulmanos no mundo.

A mídia também omite que, hoje, cerca de 2/3 dos muçulmanos no mundo vivem em países democráticos ou nos quais a democracia avança.

Por trás das informações lançadas de forma bombástica ou distorcida ao público ocidental, percebe-se a verdadeira vocação da mídia servil aos interesses do capitalismo selvagem: a manipulação.

Leituras recomendadas (clique no tópico em verde para abrir o link)

Entrevista com Howard Zinn
Mídia

Ameaça à informação


Mídias em crise

Petróleo e petroleiras

Ora, a democracia


Caos e ira nos campos da Nigéria


A nova era do petróleo estatal

72 comentários:

Anônimo disse...

Amigas e amigos,

me esqueci de um site brasileiro fundamental, do Instituto da Cultura Árabe, que conta, em seus quadros, com gente do nível de Aziz Abz Saber. Lá também podem ser lidos textos e comentários do sr. José Farhat. O endereço é: www.icarabe.org.

Anônimo disse...

Triste realmente este tipo de perseguição. Como me disse recentemente um amigo muçulmano: as pessoas que seguem o islamismo atualmente são vistas, em muitas partes do mundo, da mesma forma que os índios nos westerns de Hollywood (algo a ser combatido em prol da "marcha do progresso").

Um bom dia a todos!!!

Anônimo disse...

O que estamos vendo,ultimamente,é uma verdadeira "cruzada" da mídia contra os muçulmanos. Temos um exemplo claro no famoso blog do Guterman,onde o blogueiro se mostra parcial e fiel seguidor da agenda sionista,tendo no episódio do 40º aniversário da Guerra dos seis dias,chegado ao ápice da cara-de-pau e anti-profissionalismo jornalistico. Fora este fato,praticmente todos os dias temos em seu blog "post" que atiçam todo o tipo de preconceito contra árabes e muçulmanos.

Grato.

Anônimo disse...

Estes facinorosos países Estados Unidos, Inglaterra e Israel, formam a “trilogia dos diabos”, Jakob. Batizam com termos eufemísticos os seus assassinatos. Para a mídia agachada pelos dólares, os resistentes aos “cães de guerra” ,quando matam são tachados de loucos, fanáticos... Já quando se trata das mortes de palestinos e islâmicos, não, o que eles propagam é “assassinato seletivo”, “ataque cirúrgico”, “bomba de efeito moral” e o escambau. E o diabo é que ainda usam as suas estruturas de filme para propagar para incautos o seu heroísmo de araque.

Anônimo disse...

Walid e Mohamad,

bom dia.

É difícil manter isenção de ânimos quando se vê, descaradamente, a manipulação das informações e a tentativa explícita de manejar a consciência das pessoas, principalmente dos menos informados ou daqueles que estão acostumados a repetir os chavões da mídia vendida aos interesses mais sujos do capitalismo internacional. Infelizmente, sem tirar nem pôr, é isso.

A mídia manobra para criar um clima de animosidade global contra os povos islâmicos ou muçulmanos em geral. Antes eram os russos; agora são os muçulmanos. Esta demonização tem como fim mostrar uma pretensa superioridade da cultura ocidental sobre a islâmica, justificar intervenções e a implantação à força de modelos de "democracia", como as monstruosidades a que se assiste, hoje, no Iraque.

Enquanto Bush promove a "democracia" no Iraque, ele tenta, ao mesmo tempo, aprovar uma lei que transfira a exploração dos recursos fósseis daquele país (leia-se petróleo) para as multinacionais americanas.

Outros objetivos são, de fato, conquistar novos mercados e preparar alianças anti-China, o verdadeiro inimigo dos EUA e, hoje, seu maior concorrente na África.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Onde houve um atentado terrorista de fato foi no Iêmen, ontem, 2 de julho, resultando na morte de turistas 7 espanhóis e 3 iemenitas -um dos quais o próprio atacante.

Esta loucura é retro-alimentada. Os terroristas de Estado alimentam o ódio dos terroristas de grupos e vice-versa, num círculo vicioso interminável. Os primeiros tentam mostrar legalidade em suas ações facínoras; os segundos se escudam na inferioridade material e física para tentar justificar seu banditismo. Ambos são profundamente imorais e vetores do mal.

Só há duas maneiras desta demência parar: ou pelo surgimento de lideranças pacifistas de grande carisma ou pelo fim das políticas norte-americana e israelense no Oriente Médio. Afora isso, só haverá a continuidade do caos.

Anônimo disse...

Amigas e amigos,

tenho me abstido sempre de comentar a respeito de um determinado blog, mas desta vez serei obrigado a mostrar aqui, para todos, como de fato há manipulação da informação na imprensa.

Reproduzo aqui a resposta que enviei a uma pessoa por email, cujo nome omito aqui, em respeito a sua privacidade. O texto de meu email segue entre aspas:

"Acabo de ver os links postados por você no blog do Guterman, em resposta a um comentarista auto-intitulado "Hélio Bicudo", querendo provar que aquele jornal deu versões em pesos iguais sobre a Guerra dos Seis Dias. Você está enganado: no dia 2 de junho de 2007, o jornal O Estado de S.Paulo deu exclusivamente a versão israelense, conforme você pode conferir aqui:
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/jun/02/123.htm

Na mesma data, dia 2 de junho, eu citei o fato no blog Liberdade e Cultura, como pode ser visto abaixo, reproduzido:

'40 Anos da Guerra dos Seis Dias no Oriente Médio

Amigas e amigos

Deixo aqui um link de um jornal da grande imprensa argentina, "La Nación", com algumas matérias sobre os '40 anos da Guerra dos Seis Dias', ocorrida em 1967 entre Israel e países árabes, mostrando de forma isenta os dois lados do conflito; há bons depoimentos, tanto do lado árabe como do lado israelense. Bem diferente de um diário da grande imprensa paulistana, que só deu a versão do lado israelense, contrariando regras básicas do jornalismo.

Segue o link para quem quiser ver:

http://www.lanacion.com.ar/exterior/destacado.asp?tema_id=24'

A versão árabe do conflito só apareceu a partir do dia 5 de junho, três dias após o destaque dado à versão israelense, quando o assunto já esfriara. Confira o link que você mesmo postou, com data de 5 de junho, e verá que tenho razão. Isso não é também uma maneira de se manipular a informação, dar destaque a um lado e somente apresentar a outra versão dos fatos dias depois, quando o assunto já "esfriou"?

Se eu estiver errado, serei o primeiro a dar uma errata no blog Liberdade de Expressão e Cultura. Até lá, sustento o que escrevi, sem reparos.

Anônimo disse...

Os exemplos na leitura de um dos links sobre Jack Kelley do USA Today, que cobrira uma dezena de guerras e, na realidade, era um “cascateiro compulsivo”. A transformação da Fox News em órgão de propaganda de um governo interessado em satanizar toda uma legião de pessoas... são notáveis exemplos do quadro que tentam pintar com o fundo em trama de dinheiro.

Por outro lado, não podemos adormecer as nossas vozes. Precisamos ter continuamente a consciência, o sentimento e a constatação dessas maracutaias. Devemos aproveitar o espaço deixado como os blogs e não virar as costas. Um abraço Jakob. Parabéns pelo recheio do post!

Anônimo disse...

Sobre a "islamofobia" pregada (ou replicada a partir das agências internacionais) pela imprensa aqui, é uma pena que não mais contemos com escritores como Malba Tahan.

Seus livros além de todo o tipo de curiosidade matemática que despertavam, contribuíam em muito para que se pudesse conhecer melhor a cultura dos povos do Oriente (árabes, judeus, persas e hindus). Além disso, tinham um apelo moral bastante comum em muitas fábulas.


Uma boa tarde a todos!

Anônimo disse...

Desculpem, o primeiro link saiu cortado. Vejam por si mesmos:

http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/jun/02/123.htm

Anônimo disse...

Saiu cortado outra vez. Divido o link em dois:

http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias
/2007/jun/02/123.htm

Anônimo disse...

Mohamad,

lamento ter que postar este tipo de informação, mas é preciso deixar claro, em alto e bom som, para aqueles que acham que, porque têm um veículo de comunicação na mão, podem manipular as consciências alheias: Não somos idiotas!

Anônimo disse...

E o que dizer da nossa querida Rede Globo,que funciona como Tribunal Superior no Brasil,julgando e condenando ao seu bel prazer? Cria heróis e vilões em questão de minutos e influencia negativamente a população menos esclarecida.
Uma emissora que atinge 60,70 milhoes de brasileiros simultaneamente,deveria ter obrigação social com o país,não é o que vemos,tudo o que a Globo faz é incentivar todo o país a ser um grande Rio de janeiro,com sua cultura extra-liberal e que degrada alguns valores primordiais da família brasileira.Quem tiver alguma dúvida,é só dar uma olhada nas novelas da Globo,onde a mocinha,pra ser "in",tem que agir promiscuamente e o galã,pra ser "in",tem que ser malandro.
Para a Globo,qto mais imbecil a população,melhor.

Grato.

Anônimo disse...

Walid,

Acertou "na mosca". Parece, para a Globo, que o Brasil é apenas o Leblon, que tudo é parte do "maravilhoso e fantástico mundo" da zona sul carioca. Toda a diversidade que neste país existe e que deveria ser valorizada é posta de lado no fim.

Anônimo disse...

Olá walid nisso vc tem toda a razão.

Mas não é só Globo, é geral mesmo incluindo as evgangélicas e que passa sermão e daqui a trinta minutos tem baixaria,tem deseducação em programas.

Uma das única que se salva pe a TV Cutlura, mas infelismente cultura, não dá Ibope.

Anônimo disse...

Walid e Renato,

bem lembrado. Vale lembrar o escândalo Proconsult, no qual a Rede Globo manipulou a vitória de Leonel Brizola nas eleições de 1982, para governador do Estado do RJ. Apenas por isso, se tivéssemos um governo sério, esta rede deveria ter sido suspensa ou até mesmo ter seus direitos de transmissão cassados. Por isso, quando vejo o auê anti-Chávez sobre a RCTV, penso duas vezes em simplesmente condená-lo. Pimenta nos olhos dos outros é refresco...

Que Chávez é um demagogo e um arremedo de ditador, não questiono isso. Mas acho curioso como a mídia só procura ver o que ele faz de errado ou o que não faz. Exceto o velho Paulo Moreira Leite, que saiu do Estadão e fez uma série de matérias mostrando os diversos ângulos da questão e a situação do pais, os outros jornalistas por aí fazem sistematicamente a mesma coisa: descem o pau.

Meus amigos, tem gente que não aprende que Justiça não tem lado, nem esquerda, nem direita. Ela significa apenas equilíbrio.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Caro Jakob,

este seu post é ESTUPENDO!

Uma análise claríssima da manipulação de que somos vítimas todos; de uma imprensa sórdida, vendida aos poderosos que manipulam o capital internacional a seu bel-prazer.

A verdade deve ser transmitida já que a maior parte da população acredita que a palavra impressa é sagrada e que a televisão é um oráculo, e não dedica nem um instante à análise crítica dos fatos.

Acho, como outros, que esses dois carros que "iam explodir" foram plantados lá pelos próprios britânicos ou algum serviço "aliado" deles.

Também estou convencido de que não foi o atentado com aviões o responsável pela queda das torres.

Coloco aqui o link para o vídeo que apresenta os argumentos que me convenceram de que aquilo foi um "serviço interno".

http://video.google.com/videoplay?docid=-8129564295534231536

Claro que o argumento que martelam permanentemente é que os que pensam de modo distinto ao oficial está sob a influência de "teorias conspirativas".

É a forma que encontram de calar as vozes críticas. Funciona como a expressão "anti-semita", freqüentemente esgrimida, por um conhecido "jornalista", entre outros.

As redes de propaganda estão muito bem organizadas. Acho que uma das principais vítimas da mesma é justamente a própria população dos EUA, anestesiada, imbecilizada, milhões de Simpsons escravizados a seus cartões de crédito, suas hipotecas. O "sonho americano" é uma mentira. Há muito tempo se transformou em pesadelo.

Os Estados Unidos estão sob o controle da AIPAC. Que dúvida há?

Nossa obrigação é alertar as pessoas. Estive lendo por exemplo sobre as campanhas de boicote a produtos desses países. Na medida do possível, não compro nada deles.

Uma delas, cujo endereço copiei no outro dia, deve ser difundida via e-mail como uma grande corrente. Já passou da hora do Brasil acordar.

http://www.boycottisrael.co.uk/images/barcode.gif

Isto me fez lembrar de outra "teoria" de minha própria lavra. Se refere à morte de Diana de Gales. A imprensa nos levou a crer que foi a realeza britânica a responsável. Estiveram todos sob ataque. Mas a pergunta que me fiz foi: e o que eles teriam a ganhar com isso. A resposta é: NADA.

Tinham a ganhar, sim, os que sabiam e temiam que o futuro rei da Inglaterra teria como padrasto um muçulmano bilionário e educadíssimo. Um egípcio. Algo inadimissível!

Esses "serviços" ou assassinatos seletivos são a especialidade de um país. Que lhes parece?

O mesmo vale no caso do assassinato de Hariri. A Síria, acusada pelos meios internacionais, pelos EUA e por Israel, n tinha nada a ganhar com esse atentado. Ao contrário.

A velha máxima, sempre atual: dividir para dominar.

Já me estendi em excesso. Uma última coisa. Mesmo quando o link parece que saiu cortado, ele está lá. É só copiar que aparece inteiro.

Abraços aos amigos do blog e da comunidade. Mãos à obra.

.

Anônimo disse...

Vidal,

grato por suas palavras, amigo.

Não tenho dados com relação à veracidade ou não de o atentado ao WTC não ter sido feito por terroristas islâmicos -exceto os do video que você postou e a leitura de dezenas de textos que acusam os serviços secretos americanos de terem engendrado aquela tragédia-, embora sempre tenha ficado com uma pulga atrás da orelha a respeito.

Agora, que há manipulação, sem sombra de dúvida que há. Ainda que este exemplo do Estadão que postei aqui tenha sido "ato falho" por parte do editor deste jornal, o que é, segundo Freud, um ato falho?

Poderia mencionar coisas seriíssimas às quais tive acesso pessoalmente ao longo dos anos, antes inclusive que saíssem na mídia. As pessoas se iludem muito, é só o que posso dizer.

Quanto aos EUA, infelizmente não são referência para muita coisa: em saúde, são uma negação; em meio ambiente, um desastre; em ciência e tecnologia, têm grandes contribuições, mas não nasceram sozinhos nestas áreas. O que eles conseguem neste campo é a somatória de uma série de esforços. O que mais admiro nos EUA são suas instituições e o caráter empreendedor de seu povo, que considero fantástico. Já suas elites, como C.W. Mills demonstrou nos anos 50-60, não mudam nunca: racistas, fascistas, rapinantes e assassinas. Querem mesmo um país de Homer Simpsons.

Não se trata de ser pró ou contra os EUA, e sim a favor da vida, do mundo e da Liberdade. Nestes tópicos, os EUA -que deveriam guiar o mundo com sabedoria- estão, há muito tempo, com um gigantesco saldo devedor.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Correções:

Inadmissível

(...) não tinha nada a ganhar com esse atentado.

.

Anônimo disse...

G.Vidal e o pessoal:Olhem só o tanto que o post sobre "fabricação de noticias" para culpar árabes procede:

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL62904-5602,00.html

Anônimo disse...

Mohamad,

vi o link. Observe a diferença de tratamento dada às notícias. Ontem, houve um atentado terrorista VERDADEIRO no Iêmen. Morreram 10 pessoas, sendo sete turistas espanhóis e três iemenitas (um deles o próprio terrorista). Simplesmente, uma notinha nos jornais, enquanto abundam notícias de um atentado que não houve (o da Inglaterra). Já que um determinado jornalista tem lido nossos posts e comentários -o que é mais do que evidente, uma vez que ele apagou toda e qualquer referência a nosso blog em seu espaço-, gostaria que ele, como expert no tema, explicasse esta 'sutil' alquimia. Ou seria mais um lance de prestidigitação, ao qual nossa mídia altamente "independente" está acostumada?

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Mohamad, sabe o nome disso? Isso é guerra. Os meios de comunicação ocidentais, controlados por "we all know who" declararam guerra não só aos árabes, mas ao Islã e tratam de fazer que creiamos que é ao contrário.

É o capitalismo (os donos do capital) tratando de expandir suas fronteiras, a ferro e fogo.

Um dos objetivos deles é fazer que as populações ocidentais rejeitem mais e mais os "diferentes", tornando assim a integração impossível.

Os meios de comunicação cumprem essa função de amedrontar.

O próximo passo será transformar a Europa em um inferno. Todos serão suspeitos até prova em contrário. O espaço público estará totalmente vigiado. O privado, também. Cada compra feita com cartão de crédito, cada viagem, tudo na Internet...

Posso parecer algo apocalíptico (sem qualquer conotação religiosa).

Estamos vendo só o começo.

.

Anônimo disse...

G.Vidal e Jakob: Deixem os contrários espernearem. Não vai adiantar. A queda deles já adquiriu formato de irreversibilidade. Esta noticia no G1, qualquer editor colocaria para debate. Vocês viram a formação do cara e deu para ver que há motivos mais do que suficientes para sua inocência. Volto mais tarde!Abraços!

Anônimo disse...

Amigas e amigos,

aconteceu uma coisa inédita (no mau sentido) hoje. A ferramenta do nosso blog foi contaminada por um vírus. Curioso que isso tenha acontecido no dia em que o post corrente incomodou algumas pessoas, transcendendo os limites do espaço.

Estou tentando equacionar a situação.

Abraço fraterno!

Anônimo disse...

Amigas e amigos,

peço-lhes que não recomendem nosso blog naquele "outro" espaço. A intenção de nossos posts é exclusivamente debater os temas entre nós e não criar um clima de disputa ou de agressão com ninguém.

Realmente, a mídia manipula. Todos sabemos disso. E há provas cabais a respeito, como a que eu mencionei aqui. Mas "cutucar a onça com a vara curta" pode nos trazer problemas maiores do que, hoje, podemos carregar. Aqui está um exemplo: o administrativo deste blog foi hackeado e está praticamente imprestável para novas postagens. É evidente que tomarei providências que impedirão que isso se repita ou que diminuirão muito a possibilidade de nova ocorrência. Mas devemos nos concentrar em nosso trabalho, exclusivamente.

O intuito deste post jamais foi o de provocar ninguém. Nunca fiz isso e não será agora que o farei. A proposta do blog é debater temas pertinentes a liberdade de expressão e cultura. Esta é nossa linha de conduta e vamos mantê-la.

Abraço fraterno a todos

Anônimo disse...

Jakob
Ainda bem que aqui nós não estamos metendo o pau no Putin, essa "virose" podería ser bem pior!
Vidal
Só estamos no início do pesadelo Orwelliano, cada vez mais o dinheiro de plástico nos denuncia a cada passo, os celulares dão informações de nosso paradeiro, etc...
Essa virose do blog pode muito bem ser para abrir os IP dos comentaristas, mas, sinceramente, acho que ninguém pode tapar a boca das pessoas e tamanho auê só ajuda a divulgar esse espaço.
Não acho que este blog é concorrente do "outro", e sim ambos complementam-se.
Existe uma infinidade de iniciativas independentes com objetivo de desfazer a má imagem dos meus irmãos árabes (vide os The 99's) que cedo ou tarde ajudarão a construir uma visão mais realista sobre este povo.
É trabalho de formiguinha contra um enorme cortador de grama, mas, mantendo a serenidade, debatendo com paciência e verdade, os vilões irâo ficar nús.
Mas há de ter muita paciência...
Saudações e parabéns pelo artigo e links (são geniais)

Anônimo disse...

Tuaregue,

grato pelas amáveis palavras. Na verdade, este post nasceu a pedido de alguns de nossos amigos comentaristas e não por vontade própria. Eu simplesmente evito entrar naquele outro blog, pois um dia acreditei, de verdade, em seu mentor. Chega, portanto, de procurar me decepcionar ainda mais.

Com relação à cultura árabe, é uma das mais maravilhosas que já surgiram neste planeta. No que depender de mim, o trabalho de divulgação do que há de melhor e mais expressivo nela continuará, sempre.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Jakob
Uma crítica à manipulação da imprensa, vinda de outro lado do conflito. Site bom, escritor de primeira. Indicação de um frequentador equilibrado "daquele" blog.
bj


"Há aqueles que defendem que os estados árabes e muçulmanos são imunes a críticas porque não são democráticos, mas Israel é merecedora de críticas porque tem pretensões democráticas. Argumentos destes revelam um Orientalismo paternalista no seu pior. A suposição encoberta é que os árabes e muçulmanos são as crianças atrasadas mentais do mundo. Eles podem fazê-lo. Isto não é só Orientalismo paternalista. É racismo.
Os árabes e muçulmanos não são crianças e não são atrasados mentais. Muitos árabes e muçulmanos reconhecem este fenómeno e escrevem sobre ele. Eles sabem que só o fim da auto-ilusão e o assumir de responsabilidades pode trazer a mudança. Eles sabem que enquanto o Ocidente os tratar como desiguais e irresponsáveis estará a perpetuar não só uma atitude racista, mas também a continuação das chacinas em massa.
O genocídio que Israel não está a cometer, aquele que é um libelo fraudulento, esconde o verdadeiro genocídio, o genocídio silenciado que árabes e muçulmanos estão a cometer contra si próprios. A fraude tem de acabar para que se possa olhar a realidade. Para o bem dos árabes e muçulmanos. Israel paga em imagem. Eles pagam em sangue. Se restar no mundo alguma moralidade, isto deveria ser do interesse de quem ainda tem dela alguma gota. A acontecer, seria uma pequena notícia para Israel, mas um imensa boa nova para os árabes e muçulmanos."

Anônimo disse...

Olá Tereza

ótimos comentários. Não tenho uma visão maniqueísta das coisas. Apenas denunciei um tipo de manipulação explícita, que vem acontecendo, com objetivos muito mais escusos do que imaginamos.

Acredito, sim, que os árabes devem se enxergar. Mais: só vejo solução naquela região através da paz, do surgimento de lideranças que abram mão inteiramente do terrorismo mas que, ao mesmo tempo, não compactuem com as lideranças israelenses formais, que estão completamente manchadas de sangue. Ou seja: resistência a la Gandhi.

Nada mais, ali, poderá surtir efeito.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Olá Tereza...grato pela colocação..muito boa deste ponderado e sabio bloguista.

Compactuo com sua opinião. Creio que há um falta de auto-valorização por parte dos árabes e muçulmanos, e não vamos culpar, as organizações capitalistas, os israelenses, os americanos, o poder da midia apenas, eles tambem tem uma parcela de culpa enorme.

Este milenar povo deve entrar dentro de sí, e se perceber como parte de uma humanidade, se valorizar como tal, atuar como tal,
e daí não haverá a mínima necesssidade de impor este reconhecimento de alguém ou de alguma prcela da sociedade humana.

Não adianta ficar recitando versículos de escrituras sagradas com palavras mortas, e sem o espírito da vida.

Não ficar repetindo atos que os antepassados fizeram, apenas redundaram e mais e mais violencia.

Devem tomar novos rumos.

A começar por condenar veemente mente todos os atos de violencia contra sí, e contra os outros povos e culturas.A se colocar separados dos radicais, extremistas, e terroristas.

Como disse o Jakob, apenas como líderes como Gandhi, haverá alguma centelha de esperança, caso contrário será a loucura total, por aquele que vive pela espada, perecerá pela espada, e o ciclo de violencia seguirá aumentando, e contaminando desde a mais tenra infancia e pureza.

Apenas aqueles que estão prontos a morrer, não pela patria, ou pela cultura, ou pela religião, mas pela paz, é que poderão fazer a diferença, e tomar rumos próprios traçados pelo seu próprio livre arbitrio.

Vamos ter esperança de que todos os envolvidos nestas guerras,acordem deste pesadelo com sonhos trágicos, para uma realidade bela e pacifica.

Anônimo disse...

Olá Petrus
tem uma outra leitura bem bacana e complexa a respeito do erros do Ocidente e o que acontece em Gaza hj. Vou postar para vcs:


Uma câmara de tortura em Gaza

Demétrio Magnoli


“O retrato de Arafat foi arrancado da parede do escritório e destruído sob as botas dos guerreiros islâmicos do Hamas. A bandeira palestina foi baixada e o estandarte verde do Islã tomou seu lugar. Em uma semana brutal, a rápida destruição pelo Hamas do movimento Fatah em Gaza sintetizou a mudança que se difunde por uma ampla faixa do Oriente Médio. O nacionalismo secular do tipo do Fatah começa a parecer a força fraca e o Islã radical, a força forte.” A narrativa, que está no editorial da revista The Economist, afigura-se clara como o sol que bate no deserto, oferecendo a imagem de dois pólos em conflito irredutível e sugerindo um método de interpretação da dinâmica política no mundo árabe. Nas suas escassas linhas, essa narrativa condensa os equívocos intelectuais que guiam a política do Ocidente no Oriente Médio.


A fonte oculta do editorial é o historiador Bernard Lewis. O “príncipe dos orientalistas” definiu seu paradigma há mais de meio século, quando estudou os arquivos do Império Otomano. Desse mergulho no Islã medieval e moderno emergiu a convicção de que há algo de fundamentalmente errado na cultura árabe-muçulmana. Bem mais tarde, mas sempre fiel à sua chave interpretativa original, ele cunhou a expressão “choque de civilizações”, que seria apropriada por Samuel Huntington e convertida em credo político dos neoconservadores americanos.


Sob a perspectiva de Lewis, Islã e Ocidente configuram entidades definidas pela cultura e a salvação do primeiro residiria na negação da sua “essência”, pela adoção dos valores do segundo. Na obra A Emergência da Turquia Moderna, que aborda o colapso do califado (1922), o orientalista desenha um caminho evolutivo baseado na revolução de Kemal Ataturk, o fundador da República turca e um ardente “ocidentalista”. Não é fortuito que, na hora da invasão americana do Iraque, o neoconservador Paul Wolfowitz invocasse o espectro de Ataturk ao apresentar a Turquia como “um modelo útil para outros no mundo muçulmano”.


“A doutrina ocidental do direito de resistir a um mau governo é estranha ao pensamento islâmico.” A fórmula de Lewis supõe a existência singular de um “pensamento islâmico” e pretende contrapor seu arcaísmo à modernidade ocidental inaugurada pelas Luzes. A perversão intelectual do orientalismo encontra nessa idéia a sua epítome. A doutrina do direito de resistir não emanou magicamente na filosofia das Luzes, pois já estava contida numa tradição enraizada no primeiro cristianismo. O Islã original também expressou a legitimidade da revolta, que se dirigia contra os senhores da guerra da Península Arábica. No Corão está escrito que é obrigação do fiel “combater pela causa daqueles que, por serem fracos, são homens, mulheres e crianças maltratados (e oprimidos), e clamam a Nosso Deus que os resgatem dessa cidade dos opressores”.


Intelectuais podem ser mais perigosos que generais. Quando as torres gêmeas caíram, Lewis declarou que o 11 de Setembro representava “a sirene da batalha final”, uma avaliação que é compartilhada por Osama bin Laden, e se entregou à produção de uma série de colunas clamando pela guerra no Iraque. O Wall Street Journal, onde os textos foram publicados, crismou a política da administração Bush no Oriente Médio como a “Doutrina Lewis”. O Iraque seria uma “segunda Turquia”, inventada pelos guerreiros do Ocidente que, na falta de um Ataturk, introduziam o embrião da democracia no centro do mundo árabe-muçulmano.


O funcionalismo abomina a História e substitui a complexidade da política pelo jogo maniqueísta de “essências' em confronto”. O seu ácido dissolve tudo o que não se encaixa na narrativa das “guerras de cultura”. Mas, sob a lógica dos seus esquemas, como explicar que a Turquia só começou a se tornar uma democracia muito recentemente, e depois que se formou um governo oriundo do movimento islâmico? Ou como entender o Iraque atual, onde as forças dos EUA sustentam um governo vertebrado no fundamentalismo xiita e enfrentam uma resistência cujo eixo são os nacionalistas seculares sunitas?


Na origem histórica do jihadismo contemporâneo se encontra uma cisão da Irmandade Muçulmana egípcia, em meados da década de 1960. Atingida pela repressão do regime nacionalista de Gamal Abel Nasser, uma vertente do movimento se abrigou na Arábia Saudita e semeou o radicalismo político na seita puritana Wahabi. Daquele encontro, brotaria mais tarde, no campo de batalha do Afeganistão, o “exército da fé” de Osama bin Laden.


Paralelamente, a irmandade egípcia reconstruía seu pensamento político e aos poucos descobria os valores que hoje animam as correntes islâmicas moderadas da Turquia. Mas esse desenvolvimento do “pensamento islâmico”, um atestado da falência do culturalismo de Lewis, não pode desabrochar no Egito do regime autoritário, secular e pró-ocidental de Hosni Mubarak, que prende e tortura os dissidentes, enquanto se financia pela seletiva ajuda externa dos EUA.


Depois de bater o Fatah e assumir o controle da Faixa de Gaza, o Hamas abriu à visitação pública uma célebre prisão e câmara de tortura mantida desde os tempos de Yasser Arafat. Na época, a segurança do território era comandada por Mohamed Dalan, que construiu estreitas conexões com os serviços secretos americanos e israelenses. Quando os palestinos derrotaram nas urnas o Fatah, elegendo uma maioria do Hamas, eles não estavam cerrando fileiras com o fundamentalismo islâmico, mas abandonando o regime corrupto e violento de Mahmoud Abbas.

Não há lugar na “Doutrina Lewis” para essa constatação antiessencialista. Hoje o Ocidente se engaja na operação de sustentação do governo ilegal do Fatah na Cisjordânia e de isolamento da Faixa de Gaza. A punição coletiva aplicada aos palestinos de Gaza só pode ativar as fontes do desespero que fabricam os “mártires”. É um modo perverso de provar, contra as evidências, que Lewis sempre esteve certo.

Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP

Anônimo disse...

Pessoal
O pedaço do artigo que coloquei é de de Ben Dror Yemini, que escreve em um jornal de centro esquerda israelense, o Ma'ariv.
Quem tiver interesse, é do blog do Nuno Guerreiro Josué, rua da judiaria.Tem várias coisas intereressantes e que fogem ao maniqueísmo habitual...

Anônimo disse...

Jakob,

Muito boa esta mateŕia que vc colocou, clara, precisa histórica e isenta.

È por perceber que o simplismo de se posicionar a favor desta ou daquela parte em conflito, para me filiar a esta ou aquela vertente, que me abstenho de tomar partido.

Onde dois brigam, nenhum tem 100% de razão, os dois estão errados.

Um abraço a todos....

Anônimo disse...

Petrus,

bom dia. Grato pelas palavras, amigo.

Como tenho procurado mostrar desde o princípio, acredito na Justiça, em primeiro lugar na de Deus, depois na dos homens.

Para mim, está mais do que evidente que no Oriente Médio todos estão errados, sem exceção. Que a força jamais trará resultados duradouros para ninguém. E continuo a dizer, desde sempre, que só o surgimento de lideranças que adotem a não-violência poderão obter algum resultado na região.

Quero observar a você e a todos que o ataque do hacker ao blog foi resolvido, e que voltamos à nossa rotina normal.

Abraço fraterno a você e a todos que compartilham deste espaço.

Anônimo disse...

Bom dia,

G.Vidal tocou num fato importante: a morte de Hariri. realmente seria muito óbvio que a culpa caisse sobra a Síria e foi isso que ocorreu.Logo depois disso a população libanesa exigiu a saída do exército de Assad de seu território,ou seja,tudo como planejado,o país ficou sem defesa alguma e o desfecho foi o ataque israelense em 2006.
Conversei com alguns libaneses de Beirute, recentemente,sobre o fato e me disseram que até hj ninguem tem certeza do que ocorreu e que a única imagem da explosão foi gravada por uma camera de segurança do banco HSBC,imagem que foi exibida no dia do atentado por uma tv libanesa e depois disso "never more".

Anônimo disse...

Bom dia a todos!
Olha o post fazendo escola :

Irã inaugura canal de notícias em inglês(fonte G1).

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu à equipe durante a cerimônia de abertura do canal que “fiquem junto às pessoas oprimidas do mundo”, segundo a agência oficial de notícias. “Transmitam a verdade com uma análise precisa e revelem as tramas de redes de propaganda inimiga”, disse Ahmadinejad.

Anônimo disse...

Jakob

É a velha guerra da informação com novas roupagens, em primeiro plano, o quarto poder que teoricamente deveria manter, em relação aos outros, os príncipios de independência e harmonia, num sistema de pesos e contrapesos, simbolizando a balança equilibrada da justiça.

Mas a teoria na prática é outra, nada de novo no front, os interesses, por menor que sejam, frequentemente atropelam quaisquer princípios que possam imprudentes aparecer em seu caminho.

Não raro, percebemos facilmente a promiscuidade da mídia com interesses diversos ao da sociedade, visando o benefício do privado em detrimento do público.


E não vejo outra saída, a não ser aquela preconizada pelo Petrus, a solução se inicia em nós mesmos, não impedindo que tentemos realizar a cura da sociedade paralelamente à cura do própio eu, a soliedariedade dos enfermos.

prioritáriamente é necessária a nossa instrução, a procura incessante da verdade que teimam em esconder, a verdade que pode libertar e mudar os rumos cínicos da história.
Neste momento é necessário declaramos guerra, contra uma estrutura que se agiganta, que cada vez mais cega o homem, por imerso num sitema selvagem que só pode, frente ao atual poderio tecnológico, levar-nos à ruína.

E é uma guerra que poucos percebem visto que a maioria é vítimas da alienação pela falta de informação ou pela distorção da mesma, fato pode ser até mais danoso. O gado conduzido é mais rendoso, para o pastor diligente, que o animal solto na selva.

Não acredito em mocinhos e bandidos, faz um tempo que larguei o hábito de assistir os divertidos bangue bangues, o que assistimos no cenário mundial é mais uma guerra que não possui final feliz, assemelha-se mais à uma interminável novela brasileira cujos ganchos não nos deixam largá-la.

E não tomo partido, pois ambos concorrem para a guerra, se for para tomar partido, escolho o da paz, como disse, sigamos os passos de grandes homens, como Ghandi, talvez nunca sejamos como ele, porém algo de positivo podemos tirar destes exemplos.

Porém como cidadão ocidental e inevitavelmente, americanizado critico o lado que conheço melhor que, pelo seu poder, poderia fazer diferença no processo de paz, mas que infelizmente e especialmente no momento atual, concorre para o aumento da temperatura global do conflito.

Obviamente não podemos incorrer no erro do paternalismo em relação aos Arabes, que apesar de serem o lado mais fraco são peças imprescíndiveis neste xadrez da guerra. Todos árabes de bom senso devem concorrer em reduzir a inércia da guerra, que fazem entre eles e com inimigos externos, em erradicar a memória ancestral guerreira destes povos.

E para conseguirmos este fim último, necessitamos cada vez mais da informação que pode gerar o conhecimento sólido, invulnerável às sabotagens dos grandes enganadores.

Temos sorte de haver esta contrarevolução da internet, dos Blogs ,que apesar de trazer também seus problemas inerentes, apresentam um dilema para a velha mídia a de adaptar-se ou sucumbir.

Diante do caos das informações na internet, podemos pressupor que estamos perdidos, por não saber em quem acreditar, porém não caímos na correnteza do pensamento único que geram a fácil condução das massas ocasionando, inclusive, trágedias ao longo da história.

No entanto é importante frisar, que encontraremos mais facilmente,na internet pessoas que não possuem interesses, ou vínculos com grandes interesses que pagam seus salários, propiciando a liberdade necessária para a busca da verdade.

Um ponto importante a favor da informção que percorre a rede refere-se aos blogs, que mesmo que patrocinados por grandes veículos de informação, torna trabalhosa a tentativa de manipulação, pois o afluxo de opiniões de várias vertentes, abrangendo todos os espectros de ideologias, dificulta a implantação de meias verdades, a manipulação se há, sofre o crivo do raciocínio crítico de participantes mais engajados na causa da justiça, da imparcialidade, se há a intenção de manipular, o trabalho dos neurônios comprometidos com a condução de mentes deve ser cuidadoso para não serem pegos em erro flagrante.

Parabéns pelo tema, é espinhoso e controverso, porém prioritário.

Abração

Anônimo disse...

Rogerio....

Beleza de posicionamento, realista e imparcial.


Mas não de inercia.

Abraços...

Anônimo disse...

Vejam vocês o que a informação distorcida faz:

Teve um participante que postou no blog do Guterman, agora mesmo, uma sugestão de vídeo no Youtube, onde ele afirma que o Islã trata as mulheres à chibatada. Estou em casa. Chamei meu pai para ouvir (desconsideramos as legendas, é lógico) as entrevistas recomendadas pelo comentarista. Assistimos. Diferentemente do que ele tentava propagar, ele quis dizer que as mulheres têm, sim, os seus direitos no Islã. O entrevistado de turbante lembra também que nenhum filósofo (cita William Shakespeare -1564-1616) fala contra o Islã. Afirma que quem propaga um Islã nefasto são os políticos atuais e não os filósofos.

Anônimo disse...

Rogério, Walid, Petrus, Renato, Mohamad

a única forma de não sermos engabelados pela mídia e pelos manipuladores de plantão é termos um contato profundo com nosso próprio interior, estimulando nossa capacidade de refletir e de observar atentamente tudo ao nosso redor e, em primeiro lugar, dentro de nós mesmos.

O melhor caminho sempre é o da negociação e o do bom senso.

Abraços fraternos

Anônimo disse...

Pois é, Mohamad

Os caras usam qualquer coisa apenas para tentar justificar seus próprios preconceitos.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Sobre a tentativa de tentar dividir ainda mais a sociedade libanesa, há ainda o assassinato recente de um político cristão do clã dos Gemayel (partido Falange).

Quem, por ventura, esteja por trás da desestabilização do Líbano sabe bem aonde semear discórdia. E justamente vem tentado isto opondo os mesmos grupos que se digladiaram na sangrenta guerra civil que devastou aquele país.

O triste é ver o Líbano, berço de uma importante civilização da Antigüidade e reconstruído após todos os horrores de uma guerra, sucumbir mais uma vez. O Hezzbolah pode ter errado gravemente, mas culpar uma população inteira é bem mais do que uma completa falta de bom senso.

Como citou o G. Vidal, é o conceito "dividir para conquistar" vindo à tona novamente.

Anônimo disse...

Mohamad

É lamentável o poder da mentira.

Nenhum filósofo que mereça este nome se prestaria a distorcere a realidade.
Somente uma mente embotada pela parcialidade, que é o caso da maioria dos políticos, poderia conceber um estratagema sórdido destes.
Devemos denunciar estas mentiras e abrirmos os olhos para as generalizações, por princípio, estas não podem refletir uma realidade complexa.

Abração

Anônimo disse...

Boa tarde, amigos.

O post está muito bom, Jakob!

A maioria da mídia manipula descaradamente as notícias. Mostra o que convém, esconde o que não lhe interessa e distorce a realidade.
Por isso é bom procurar informação em vários lugares. O Mohamad lembrou que a República do Irã lançou um novo site e canal de televisão em inglês. O Carlos Cáspio deixou o endereço na comunidade. Tá aqui:

http://www.presstv.ir/news.aspx

Anônimo disse...

Jacob
Meu eu interior está fulo de raiva, com os olhos esbugalhados e vermelhos...

Anônimo disse...

Olá, Tuaregue

O que quer que seja, amigo, não vale a pena desgastar-se. De todos os posts até hoje, este foi o que mais me ensinou e me ajudou a tomar decisões positivas. Me ajudou a refletir bastante.

Vamos aprofundar o trabalho, no sentido que é o mais importante: da consciência.

Depois lhe escrevo por e-mail.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Jakob,

Em se tratando da questão dos alinhamentos da mídia, parece-me ser a prova de fogo da constituição e solidez das democracias. Numa ditadura ou republiqueta de bananas, nada mais natural do que a voz se concentrar no controle, e a serviço, de uns poucos. O diabo é que nos EUA, referencial máximo da "democracia ocidental", a incapacidade da classe política (e, por conseqüência, do legislador) em deter o acúmulo dos órgãos de comunicação e imprensa em poucas (e tendenciosas) mãos é desalentador. Como já foi muito acertadamente colocado aqui, o americano médio nada mais é do que um joguete, refém de forças ferrenhamente determinadas a formatá-lo em Homer Simpson.

A falácia do Deus-Mercado a dissipar o caos das ideologias (como se ele também não fosse produto de uma) e instaurar sua Nova Ordem tem lugar de destaque nessa atual desconstrução do ideal democrático. Houve um momento na História, após o crack da bolsa em 1929, em que ficou muito claro que os Estados nacionais não podem, de modo algum, renunciar às prerrogativas adquiridas com o Pacto Social. Mais do que evidente ficou, naquela circunstância, o descompromisso do dito mercado com a ordem e o bem-estar social, pois ele outra coisa não é que o arauto da Lei da Selva e do retorno ao Estado de Natureza.

E, quando se fala da questão da imprensa, sua venalidade ou lealdade, ainda é disso que se fala: os espaços que o Estado, que o legislador, deixa aos gigantes, para que atuem. Quanto maior esse espaço, mais intensa a atividade dos gigantes e maiores as suas ambições. Não é à toa que vemos proliferar as alusões descabidas ao Estado totalitário na exata proporção em que ele se encolhe no mais deprimente raquitismo.

O resultado aí está: o troar ensurdecedor do vozerio dos gigantes querendo a todos impor o que é certo ou errado, da mesmíssima maneira como o fariam os alto-falantes nos postes das ditaduras mais sombrias. No afã de satanizar e exorcizar o poder do Estado, caímos outra vez na esparrela de admitir a concentração dos recursos (especialmente os de comunicação) nas garras dos particulares, esses anjos de candura a serviço do sacrossanto mercado.

E não se trata, tampouco, de satanizar o mercado. Como você, Jakob, argumentou a propósito do "eu" (sua função conservativa), também ele deve desempenhar o seu devido papel, nunca, entretanto, em desserviço da sociedade.

Jesus Cristo já ensinava: "dai a César (ao Estado) o que é de César"... E que a sanha dos particulares não o venha usurpar!

Anônimo disse...

Holofernes

A a revolução francesa foi um marco, uma guinada histórica. Quando a burguesia e seus ideais iniciaram sua caminhada rumo ao poder, propiciando o estabelecimento da república que por sua natureza impessoal teoricamente garantiria as condições necessárias ao livre exercício das atividades capitalistas. E o ganho foi obtido, excluido, o gordo sócio majoritário, perdulário e mimado,
o capital seguiu em frente em busca de novas aquisições. No entanto este capital decepcionou-se com seu novo sócio que enlouqueceu em idéias perdulárias de estabeler um bem estar para seus associados menores, inadmíssivel para a lógica do mercado que em sua lógica esta embutida a essência do lucro, de maximizá-los.
Aumentar o faturamento e reduzir custos, basicamente.
Progressivamente esta lógica vem estabelecendo-se, inclusive, como citou, no baluarte da democracia, este poder que se alastra em ondas tsunamicas está solapando a base de seu parceiro, quer e necessita tirá-lo do negócio para reduzir custos.

Li, não lembro quando, em um jornal do qual também não lembro, ficou apenas a idéia na memória, sobre o fato de pela primeira vez, com a eleição de Bush, representantes de grandes interesses financeiros se estabeleceram na casa grande ( ops branca ), não sei se é realmente verdadeira esta afirmação, porém parece que este é o caminho, a história demonstra esta lógica.

Resta-nos espernear.

regina disse...

Jakob Ibrahim,
Soube por fontes fidedignas, que seu blog,está impressionando os jornais e jornalistas, pela qualidade e nível dos opinantes.
Os assuntos estão sendo considerados muito bem colocados, e as informações embasadas.
Como editor e redator do blog os elogios vão principalmente para você. Pelo clima de amizade e liberdade de opinião.
Realmente tentei postar há dias atráse não consegui, tanto que mandei um comentário que não era nada, para testar o sistema.
Como você declarou que teve problemas com virus , pode ter sido isso.
Sôbre o assunto opinarei mais tarde. Abraço amigo

Anônimo disse...

Regina,

como sempre, grato pelas palavras.

Vou apenas adiantar aqui algumas coisas: fomos alvos de ataque de um hacker, no mesmo dia em que este post aqui entrou no ar. Espero que tenha sido coincidência, embora não creia nisso. De toda forma, isso já está solucionado.

Muitas coisas desagradáveis aconteceram desde que coloquei o post corrente. Ainda não sei se devo explicitá-las aqui ou não, mas o fato é que este post incomodou algumas pessoas, que acham que podem manipular a tudo e a todos, ao seu bel-prazer.

De toda forma, estou refletindo ainda sobre a melhor conduta a adotar. Há hora certa para tudo.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Falando em "mancadas" da mídia, que se lembra do caso da Escola Base?? Foi um verdadeiro absurda da mídia,,,

Boas tardes....

Anônimo disse...

Lembrei agora do programa "A Semana do Presidente", que era apresentado no SBT até o início da década de 90.

Foi encerrado logo após o impeachment do Collor... Enalteceu inúmeras vezes as virtudes de nosso "ex-playboy presidente", até que uma avalanche de escândalos tornou a distinta "atração" completamente inviável.

Mais um exemplo "memorável" e, ao mesmo tempo, lamentável.


Uma boa tarde a todos!

Anônimo disse...

Gardenal on the rocks,

Eu não me lembro. Conta aí, por favor.

Anônimo disse...

Jakob,

"Um homem prevenido vale por dois".

"Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém".

Um abraço.

Anônimo disse...

Evo,

o caso da Escola Base aconteceu há cerca de 10 anos aqui em São Paulo, quando seus donos foram acusados, injustamente, de assédio sexual dos alunos. Foram linchados e condenados pela opinião pública, antes que toda a história tivesse sido efetivamente apurada. Perderam tudo. A escola fechou. Descobriu-se, então, que todas as acusações eram infundadas. Ficou por isso mesmo.

Nenhum dos veículos da mídia que trucidou o casal (se não me engano eram descendentes de japoneses) se retratou ou foi punido por sua atitude.

Ao meu ver, não foi exatamente um caso de manipulação, mas sim de imprensa marrom, que busca notícias, furos e alarde a todo custo. Em suma: baixaria da grossa. Manipulação é o que você vai ler no próximo post, que é uma sequência (não pretendida) deste aqui.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Olá Evo!!

É um caso já antigo,então peguei os detalhes na net:

O caso da Escola Base



No mês de março de 1994, surgiu na imprensa uma notícia que chocou o país: a Escola de Educação Infantil Base, a Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo, seria responsável por abusos sexuais em alunos de idade tenra. No total, seis pessoas foram acusadas dos crimes, entre elas proprietários, transportadores das crianças e colaboradores da escola.



A denúncia partiu de duas mães de alunos. Tornou-se manchete vulgar de jornais impressos e telejornais. O clamor público culminou com a invasão do prédio da escola — que era alugado — e a sua total destruição. Sobrevieram o massacre público e jornalístico[1] dos acusados e a destruição completa de suas vidas pessoais e profissionais.



Instaurado o inquérito policial, identificou-se uma suposta mansão onde os ditos abusos aconteciam. Seu proprietário teve a vida devassada e desmoralizada publicamente. A polícia “confirmou” à imprensa a existência dos crimes. Por fim, o laudo das supostas lesões do Instituto Médico Legal, primeiramente dúbio, e em seguida reticente, não pôde se contrapor às possíveis assaduras crônicas apresentadas por uma das crianças, num dos meses de dezembro mais quentes da história da cidade de São Paulo. O inquérito policial, vazio, e diante de um fato que não existiu, foi arquivado, concluindo pela inocência dos acusados.



Evidentemente que os acusados foram à Justiça em busca de reparação por dano material e moral. Conseguiram indenizações ante aos veículos de imprensa e ante ao delegado de Polícia que conduziu o caso, e ainda junto à Fazenda do Estado de São Paulo, que inclusive chegou a ser multada por litigância de má-fé no Supremo Tribunal Federal em face da interposição sistemática de recursos.



Foi o maior caso de erro, leviandade, falta de ética ou coisa parecida que já aconteceu na imprensa brasileira na falsa acusação de pessoas inocentes.

Anônimo disse...

Obrigado Jakob e Gardenal.

Quando o objetivo é o lucro, atacar a honra das pessoas, destruí-las e depois deixar por isso mesmo é uma das formas utilizadas pelo poder.

Nesse caso, mesmo sendo imprensa marrom, não deixa de ser manipulação da mídia.

Ninguém está livre de ser acusado de qualquer coisa. Depois que caiu na boca do povo...

O que não falta são os sentimentos baixos, e a mídia sabe jogar com eles e estimulá-los na população, arrasando com os valores mais básicos da sociedade.

É um processo que se observa cada vez mais. A decadência social e cultural que todos observamos tem nomes e apelidos.

São os que enaltecem a pornografia, os que decidem o que se publica, que filmes são projetados, qual é a programação na TV, quais serão as músicas de sucesso...

Alguém ainda se lembra do que era a MPB? Comparem com as letras atuais.

Será que já ninguém escreve letra que preste ou na realidade a essas pessoas não é oferecida a oportunidade de mostrar seu trabalho?

A Europa também não está livre disso. Ou vocês acham que a UE não tinha uma forma melhor para promover o cinema europeu?

http://www.youtube.com/watch?v=koRlFnBlDH0

Abraços

Anônimo disse...

Quis dizer:

A decadência social e cultural que todos observamos tem nomes e sobrenomes.

Anônimo disse...

O Loco,Evo!!

isso é um video promocional do cinema europeu???
Achei pura anti-propaganda!

Abraço!

Anônimo disse...

Não podemos esquecer do clássico exemplo de manipulação perpetrado pela rede Globo à época do impedimento do então presidente Fernando Collor.
Esta emissora só noticiou os fatos ligados ao processo após o clamor popular instaurado nas ruas, quando já não era mais possível ir contra a maré.

Má fé?

Nesse caso não há o benefício da dúvida.

Anônimo disse...

Rogério,

pois é, amigo. O que pouco se lembra quando se fala em imprensa é que ela nada mais é do que um ramo da atividade privada, um filão empresarial desenvolvido por cima de uma necessidade fundamental da sociedade: informação.

A única garantia que teríamos de que os profissionais encarregados de informar o façam é o fator da concorrência. Com a renovação triunfal da doutrina do mercado, no entanto, o legislador ficou cada vez mais tímido na regulação dessa atividade, como, aliás, em tudo o mais, fazendo vista grossa para que a mesma se concentre. De forma que, num "colosso de democracia" como os EUA, meia dúzia de gatos-pingados decide o que o povo vai ver ou saber, sentir ou pensar.

É uma coisa surreal, um rei nu que voz alguma é forte o bastante para expor e que segue despudoradamente enunciando seus decretos.

Jakob,

Essa hackeada no blog deve ser tipo "recadinho" de algum gigante se coçando. A mentalidade é a do Novo Século Americano, a atual doutrina dos mentores do Pinóquio do Norte: pra que discutir lealmente com um adversário se você pode cravar-lhe um tapa na orelha?

Eh, imperiozinho que gosta de contra-atacar rasteiro!

Anônimo disse...

Vendo que não foi só comigo o problema, como registro, deixo aqui o meu testemunho de que tive problemas com a postagem de comentário aqui neste espaço varias vezes.Bom crepúsculo a todos!

regina disse...

Eu não acredito em teorias conspiratórias, mas parece que os ingleses sim.
Da mesma maneira que atiraram em Jean Menezes no metrô, podem ter eleito vários médicos muçulmanos, que são a maioria nos Seviços de Saude ingles e ao mesmo tempo plantaram explosivos que não explodiram, para mais uma vez alertar o mundo sôbre o imenso e assassino poderio terrorista.
Faço-me uma pergunta: como foi descoberta essa intenção de atentado, quais as provas que existem de que os médicos em questão são os culpados?
Será que não pode ser um outro engano de pessoas neste caso.
Eu acredito em tudo e em nada, só acho muito estranho essas coincidências neste momento.

Anônimo disse...

Olá pessoal boa noite a todos....

Na questão da TV apoiar governos, quero lembrar que eles recebem uma fatia imensa, via verbas de anuncios de estatais, programas de governo, etc.

No caso do SBT e o Collor, havia aquele programa ridículo, hoje temos tambem este apoio, inclusive com outras mais que ficam de olho nas verbas de anuncios.

Hoje está assim, se falar muito mal do governo a maioria das verbas vão para aqueles que ficam quietinhos.

Por isso, se vc reparar a imprensa televisiva, se dispoe apenas a informar os fatos, perdeu aquela visão mais investigativa que tinha.

O governo percebeu esta fraqueza e agora controla, apenas sai o que for mais intenso quando já é de conhecimento de todos.

Governos e midia são uma aliança como carne e unha em muitos casos.

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

G.Vidal, o comentrio questionando o controle dos EUA pela AIPAC foi feito por mim.

Anônimo disse...

Caro Intrigado,

naturalmente, inteligente como você é, sabe muito bem quem controla a maior parte da mídia ocidental, aquela que modela e dirige a massa não-pensante dos eleitores.

Passo para você e para os amigos deste blog o link para um vídeo de 5 minutos que pode servir como ponto de partida para a sua pesquisa sobre o assunto. Naturalmente que não pretendo que transformemos este blog em um debate interminável sobre a questão sionista, nem pretendo postar aqui uma tese de doutorado ou coisa parecida.

Acredito que você possa ser um dos muitos sionistas que não sabem a extensão do controle exercido pela mídia sobre corações e mentes.

É natural que você, sendo parte do povo judeu (creio que não é necessário que eu repita o quanto respeito o mesmo), se coloque especialmente na defensiva quando o assunto e o estado israelense, suas políticas e os atuais caminhos do sionismo.

If Americans Knew about AIPAC and Zionist control of America

http://youtube.com/watch?v=PJykgPt9mpw

Um abraço.
.

Anônimo disse...

G. Vidal

Voce afirma que os EUA estao sob controle da AIPAC. Voce poderia explicar? A principio me parece um comentario simplista e preconceituoso, que desqualifica a inteligencia, o auto-arbitrio e a auto-estima de 300 milhoes de americanos. No entanto, lerei e analisarei com atencao quaisquer informacoes que fundamentem sua afirmacao.

8 de Julho de 2007 19:28

(este comentário deve ser lido antes do que foi postado às 19h30, do dia 8 de julho.)

Anônimo disse...

Intrigado
Este link do you Tube que o Gore Vidal indicou mostra uma versão, somente isso.
Mas acho que sempre é melhor ter mais do que uma versão sobre cada assunto.
Podemos depois escolher aquela que nos parece mais séria, mas para escolher sempre precisamos ter mais que um.
Um grande abraço
Tuaregue

Intrigado disse...

Ola' Vidal,

Eu vi o video. O video mostra a situacao de humilhacao e sofrimento pela qual vive o povo palestino. Voce tem acompanhado meus comentarios desde que comecamos a nos comunicar no blog do Guterman, e deve se lembrar de ter lido inumeras vezes minhas criticas 'a truculencia das Forcas de Defesa de Israel, 'a expansao da colonizacao judaica na Cisjordania, e ao tracado do muro. No entanto:

1) O video nao tem nada que possa corroborar um suposto controle da AIPAC sobre a politica americana.

2) Voce presume que os judeus ou sionistas controlam a midia ocidental porque e' "o que se diz", "o que todos sabem", ou porque ha' videos no youtube defendendo essa teoria. O que nunca vi, nem voce nunca viu, nem ninguem vai ver, e' um estudo serio provando essa afirmacao. E' apenas preconceito. E' a velha historia da mentira repetida tantas vezes que se' tida como verdade. Ha' grupos de comunicacao cujos donos sao judeus? Sim? Ha' jornalistas influentes de origem judaica? Claro que sim. Isso nao quer dizer que exista um dominio judeu ou sionista sobre os meios de comunicacao. Alias, ninguem nunca soube me responder a seguinte pergunta: se a midia ocidental e' dominada por judeus ou sionistas, como e' que vemos diariamente na midia os horrores cometidos pelos israelenses e o sofrimento palestino????

3) O apoio americano 'a Israel, certo ou errado, e' funcao do que os americanos consideram o melhor posicionamento estrategico para a defesa dos seus interesses, nao do controle da AIPAC.

4) Quanto 'a influencia da midia, estamos sujeitos a pontos de vista a favor e contra Israel. Voce diz que eu talvez nao tenha a exata nocao da extensao da controle da midia em nossas mentes e coracoes. Talvez voce tenha razao, quem sou eu alem de um gerente financeiro em uma empresa no Arizona?... Mas procuro me informar em diversas fontes para poder ter uma opiniao equilibra. Por outro lado, poderia sugerir o mesmo a seu respeito. Talvez voce esteja tao influenciado pela midia anti-semita/sionista, que sempre quando o assunto e' Israel, todos os seus comentarios sao contra, como se fosse possivel que tudo que Israel faz e' errado, e tudo o que os arabes fazem e' certo.

Intrigado disse...

Ola' Vidal,

Eu vi o video. O video mostra a situacao de humilhacao e sofrimento pela qual vive o povo palestino. Voce tem acompanhado meus comentarios desde que comecamos a nos comunicar no blog do Guterman, e deve se lembrar de ter lido inumeras vezes minhas criticas 'a truculencia das Forcas de Defesa de Israel, 'a expansao da colonizacao judaica na Cisjordania, e ao tracado do muro. No entanto:

1) O video nao tem nada que possa corroborar um suposto controle da AIPAC sobre a politica americana.

2) Voce presume que os judeus ou sionistas controlam a midia ocidental porque e' "o que se diz", "o que todos sabem", ou porque ha' videos no youtube defendendo essa teoria. O que nunca vi, nem voce nunca viu, nem ninguem vai ver, e' um estudo serio provando essa afirmacao. E' apenas preconceito. E' a velha historia da mentira repetida tantas vezes que se' tida como verdade. Ha' grupos de comunicacao cujos donos sao judeus? Sim? Ha' jornalistas influentes de origem judaica? Claro que sim. Isso nao quer dizer que exista um dominio judeu ou sionista sobre os meios de comunicacao. Alias, ninguem nunca soube me responder a seguinte pergunta: se a midia ocidental e' dominada por judeus ou sionistas, como e' que vemos diariamente na midia os horrores cometidos pelos israelenses e o sofrimento palestino????

3) O apoio americano 'a Israel, certo ou errado, e' funcao do que os americanos consideram o melhor posicionamento estrategico para a defesa dos seus interesses, nao do controle da AIPAC.

4) Quanto 'a influencia da midia, estamos sujeitos a pontos de vista a favor e contra Israel. Voce diz que eu talvez nao tenha a exata nocao da extensao da controle da midia em nossas mentes e coracoes. Talvez voce tenha razao, quem sou eu alem de um gerente financeiro em uma empresa no Arizona?... Mas procuro me informar em diversas fontes para poder ter uma opiniao equilibra. Por outro lado, poderia sugerir o mesmo a seu respeito. Talvez voce esteja tao influenciado pela midia anti-semita/sionista, que sempre quando o assunto e' Israel, todos os seus comentarios sao contra, como se fosse possivel que tudo que Israel faz e' errado, e tudo o que os arabes fazem e' certo.

Anônimo disse...

Caro Intrigado,

quem sabe este vídeo de 4 minutos ajude a esclarecer mais sobre a forma como a mídia dos Estados Unidos é manipulada, especialmente quando o assunto é Israel e a ocupação da Palestina.

Sabe, Intrigado, tenho fé de que algum dia você perceba que estará fazendo um maior bem ao estado israelense quando juntar a sua voz à de Noam Chomsky e a de tantos outros intelectuais judeus que sabem que as políticas levadas à cabo pelo estado sionista vão contra os valores civilizados que todos defendemos.


http://www.youtube.com/watch?v=PltxyaXDt1c


Um abraço!