quarta-feira, 30 de maio de 2007

Dicionário do diabo


Ambrose Bierce (Estados Unidos, 1842-1914) foi um dos mais talentosos escritores norte-americanos. Iconoclasta, é considerado precursor do surrealismo, além de autor de um considerável número de histórias fantásticas, que o colocam junto a Edgar Allan Poe e Rudyard Kipling. Outra de suas principais características era o humor negro e ferino, como o comprovam trechos de uma de suas obras mais famosas, o “Dicionário do diabo”:

Agitador – Estadista que sacode as árvores do pomar do vizinho...para desalojar os vermes

Ar – Substância nutritiva com que a divina Providência engorda os pobres.

Altar – Lugar onde antigamente o sacerdote arrancava, com fins adivinhatórios, o intestino da vítima destinada ao sacrifício, e cozinhava sua carne para os deuses. Hoje, o termo é usado raramente, exceto para aludir ao sacrifício da tranqüilidade e da liberdade, que fazem dois idiotas do sexo oposto.

Aplauso – O eco de uma idiotice. Moedas com as quais o populacho recompensa aqueles que o fazem rir, para depois devorar.

Baco – Divindade convenientemente inventada pelos antigos, como desculpa para quem quer embriagar-se.

Bruto – Ver palavra “Marido”.

Convento – Lugar de retiro para mulheres que desejam ter tempo livre para meditar sobre o vício da preguiça.

Covarde – É como se chama aquele que, em uma emergência perigosa, pensa com as pernas.

Dívida – Engenhoso substituto da cadeia e do chicote do feitor

Êxito – É o único pecado imperdoável contra nossos semelhantes.

Fanático – É como se chama aquele que, obstinada e ardorosamente, mantém uma opinião diferente da nossa.

Fidelidade – Virtude que caracteriza aqueles que estão para ser traídos.

Filosofia – Caminho de muitas veredas, que conduz de nenhuma parte a lugar nenhum.

Radicalismo – O conservadorismo de amanhã, injetado nos negócios de hoje.

Vidente – Pessoa –geralmente mulher-, que tem a capacidade de ver o que parece invisível para seu cliente: ou seja, que ele é um idiota.

Voto – Instrumento e símbolo da vontade do homem livre de fazer de si mesmo um tolo e de seu país uma ruína.


Serviço

O "Dicionário do diabo" pode ser encontrado na íntegra, em espanhol, em: Ciudad Seva

67 comentários:

Anônimo disse...

Realmente bem engraçados os verbetes.

Por mais que tenham sido publicado há um tempo considerável, o dicionário parece possuir definições que se aplicam ainda atualmente ("covarde" e "vidente"), além de irônicas descrições que parecem lembrar ferrenhos defensores de ditaduras (voto, filosofia) e mesmo orgulhosos individualistas se vangloriando do uso do "jeitinho brasileiro" e da "lei de Gérson" ("fidelidade", por exemplo).

Anônimo disse...

Pois é, Renato...pelo jeito, a tal da "natureza humana" não muda mesmo. Daí a atualidade de Bierce.

Gostei bastante deste aqui:

Fanático – É como se chama aquele que, obstinada e ardorosamente, mantém uma opinião diferente da nossa.

Abraço!

Anônimo disse...

Hehehe...ótimo dicionário...parece que foi escrito hoje!
abração!

Anônimo disse...

Diabinho sábio esse aí, cáustico porém sábio, os verbetes lembram bastante aqueles eternizados pelo Barão de Itararé, outro gênio da ironia, tem aquele famoso para negociata- um excelente negócio do qual não fazemos parte.

Anônimo disse...

Ibrahim,

faz sorrir e pensar....

Muito boa olhem essa do diconário em espanhol..

Alianza, s. En política internacional la unión de dos ladrones cada uno de los cuales ha metido tanto la mano en el bolsillo del otro que no pueden separarse para robar a un tercero.


Como uma luva pras alianças atuais...

abraços a todos

Anônimo disse...

Será que tem definição de " jornalista", aí ?


Aquele que relaciona os jornais em ordem alfabética, em papel em branco ?

Jornais e lista.

Cidadão do país Europeu, mas que adora mulatas brasileiras, vai o consultório, e médico diz:
manoel vc está acima do limite de peso, precisa emagrecer 5 kg urgentemente.

E passa a indicação. Olha Manoel, vc faz assim na semana vc come durante dois dias, pula três e volta a comer durante mais dois, OK

Pois, pois,...Passaram-se 15 dias,e o retorno do Manoel chegou..

O médico quando o viu, espantado, levou-o a balança e exclamou; Mas, Manoel que maravilha!, estou estupefato pelo resultado da minha indicação, eu não sabia que isto funcionava tão bem, vc emagreceu 10 kilos muito rápido!

O Manoel disse: È doutor, mas eu quase morri durante aqueles três dias.

O médico disse; De fome manoel?

O Manoel respondeu; Não doutor, foi naqueles três dias pulando!

Anônimo disse...

z.,

sensacional este verbete.

Petrus,

ai, Petrus...tinha mesmo que ser piada de português...hehehe...Nos países de fala espanhola, se diz "chiste de gallegos". Ou seja, nossos irmãos de continente têm a mesma visão humorística com relação aos espanhóis, do que a que nós temos com os portugueses.

Abraços fraternos!

Visitem a comunidade "Liberdade e Cultura": http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33267065

Anônimo disse...

Essa é da minha área:


Arquitecto, s. El que traza los planos de nuestra casa y planea el destrozo de nuestras finanzas.

acrescentaria: criador de problemas para casais que estão construindo, que costumam causar divórcios...

hehehehe....

Anônimo disse...

hahaha..Boa ,Petrus!!"Cidadão do país europeu.."hahaha

Anônimo disse...

Boa a indagação do Petrus sobre se tem definição para " jornalista"!Tenho guardado uma clara e precisa na reprodução de "um" que conhecemos de outra conhecida praça: "Um editor de jornal é alguém que separa o trigo do joio--e imprime o joio(Adlai Stevenson)"

Anônimo disse...

"Guerra" e "Idiota" foram muito bem descritos:
- "Guerra, s. Subproducto de las artes de la paz. Un período de amistad internacional es la situación política más amenazadora. El estudioso de la historia que no ha aprendido a esperar lo inesperado, puede perder la esperanza de cualquier revelación. La máxima, "En tiempo de paz prepara la guerra" tiene un significado más profundo de lo que parece; quiere decir, no sólo que todas las cosas terrestres tienen un fin, que el cambio es la única ley inmutable y eterna, sino que el terreno de la paz está sembrado con las semillas de la guerra y favorece su germinación y crecimiento."
- "Idiota, s. Miembro de una vasta y poderosa tribu cuya influencia en los asuntos humanos ha sido siempre dominante. La actividad del Idiota no se limita a ningún campo especial de pensamiento o acción, sino que "satura y regula el todo". Siempre tiene la última palabra; su decisión es inapelable. Establece las modas de la opinión y el gusto, dicta las limitaciones del lenguaje, fija las normas de la conducta."

Por mais ácidos que tenham sido esses verbetes, o que dá medo é notar que muito do que se ridiculariza seja uma prática corriqueira nas atividades humanas (embora no discurso costume ser o inverso).

Anônimo disse...

Jakob,

SUPIMPA! Boa leitura para quem gostou do Livro dos Insultos de H. L. Mencken ou do "Dicionário Filosófico" de Voltaire! A "vidente" foi demais, a melhor, na minha opinião.

regina disse...

Holofernes,
Você roubou meu texto, eu marquei, você chegou um comentário antes do meu.
Eu ia dizer que as definições de vidente e êxito são condizentes com a cultura brasileira.
E iria recomendar , mas você já recomendou ,O livro dos Insultos do Mencken, que é a melhor coisa neste tipo de Humor. Achei bem sipático o post.
Brincadeira Holofernes, isto mostra que pensamos quase igual.
Abraço.

Anônimo disse...

Cara Regina,

Sintonia de pensamento! Será que chamamos o Padre Quevêdo? Bah, melhor não, ele é muito CÉTICO! Hehe!

Também gostei do "êxito", muito familiar a essa nossa natureza de primatas individualistas!

Obrigado pelas carinhosas palavras e um abraço!

Anônimo disse...

Amigos,

parabéns pelos comentários. Ótima lembrança a de Mencken. Há muitos escritores que se especializaram no humor e na fina ironia, na Literatura. Em espanhol, o melhor exemplo foi o grande poeta Quevedo, com seu "buscón" e seus poemas absolutamente sarcásticos; em inglês, além de A. Bierce, temos Thomas de Quincey, que escreveu "O assassinato como uma das belas artes". Como o Rogério lembrou muito bem, entre nós houve o Barão de Itararé. É importante lembrar que a ironia sempre foi utilizada, em todos os tempos, culturas e regimes, como arma contra as tiranias, hipocrisias e medíocres em geral.

No Brasil, não podemos esquecer de outro grande "gozador", Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, como seu famoso e famigerado Febeapá, tão (infelizmente) atual.

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Renato,

você apontou na definição "diabólica" de "voto" um ranço antidemocrático, o qual não contesto. Mas pondero que, embasando aquela provocação (de que o homem livre se ilude e arruína seu país através de seu voto), também possa estar presente forte elemento de ceticismo quanto à forma do sistema democrático, talvez ali questionada como precária ou ingênua.

A despeito da demência indiscutível dos totalitarismos, os que não votam pelo menos não padecem desse desalento que nos consome, a nós, que endossamos transações que são feitas longe de nossas vistas e que, quase sempre, conduzem o Estado na contramão de nossos interesses. Os que não votam não se sentem PALHAÇOS, como já virou lugar comum referir o eleitor.

O negócio é que eleições como nós as temos, onde o poder econômico interfere livremente, desequilibra tudo, recruta a mídia, vicia os dados da campanha, são mesmo coisa do DIABO. Por isso, entra pleito, sai peido, digo, pleito, nada se resolve, o desastre parece incontornável, como que imposto pelo próprio bom senso.

Portanto, entendo que esse pouco caso na conceituação do voto, numa provável desconfiança no bom senso do homem médio, mais do que um cacoete ditatorial, pode trair uma crítica construtiva. Não no sentido de convidar o leitor a recuar à tolerância de imposturas tirânicas, mas no de sugerir que avance para além da demagogia, essa anfitriã da plutocracia e das oligarquias que tanto apreciam a nossa aprovação bovina.

Democracia em capitalismo de rédeas soltas é o voto do diabo!

Anônimo disse...

Holofernes,

ótimos comentários, como sempre. Ambrose Bierce foi um dos grandes críticos do poder nos EUA, quando em vida. Ele compreendia claramente que a democracia americana nem sempre era muito "democrática". Era a isso que ele aludia com sua ironia.

De minha parte, considero um mito perigoso o de que a democracia é o melhor regime possível. Todos conhecem a frase "a democracia é o pior dos regimes, com exceção de todos os outros". Diria talvez que, face ao tipo de sociedade (aberta e em permanente conflito de interesses) que temos hoje em dia, a democracia é o regime que dá às pessoas a sensação de que é a melhor ou única opção política possível. Talvez o seja para culturas ocidentalizadas. Mas, ao ser exportada e imposta -como vem acontecendo no Iraque, de forma truculenta- só causa efeitos contrários àqueles que, supostamente, se procuraria obter.

Apenas votar, como a História viu acontecer na Alemanha pré-Hitler, nem sempre é sinônimo de "sabedoria no poder". Às vezes, ao contrário. Idem nos EUA atual, onde pelo voto (roubado da primeira eleição) um genocida foi levado ao poder.

Infelizmente, também ao contrário do mito esquerdista de "todo o poder ao povo", nem sempre o povo é sábio.

Anônimo disse...

Holofernes breaco

Parabéns, constrói exepcionalmente seu pensamento, as palavras no discurso ,como as notas musicais na música são sempre as mesmas mas a disposição e a oportunidade em usá-las fazem a diferença entre um jingle e um clássico do rock.

Mas acredito ser como disse uma crítica contrutiva, pois sabemos os problemas que democracias enfrentam, a corrupção do poder, a promiscuidade com o privado, o pior sistema exceto os outros parece naufragar aqui no Brasil, com tantas denúincias de corrupção e corporativismos que faz até elevar o temerário desejo por um salvador da pátria, como nosso vizinho Chavez, mas o que pode alentar nossos sonhos de um país melhor são outros exemplos de democracia que funcionam de maneira mais adequada, em países da Europa, que leva-me a concluir que o nível cultural de amplo espectro de uma população pode fazer a diferença, tanto pela efetividade da escolha como pela qualidade dos postulantes, também pelo poder institucional desta cultura que produz reflexos e cerceia tentativas de abusos no privado e no público, há uma esperança para nosso país, não penso em mim nem nos meus filhos pequenos, quem sabe meus netos possam presenciar este apogeu.

Anônimo disse...

Olha Jakob, o que percebo neste relato que vcs colocaram, é que a questão não está no voto, e sim no nivel de consciencia de quem vota.

Mude-se o sistema, mantenha o homem ignorante de sí mesmo, de sua divindade, e se corromperá o mais perfeito dos sistemas.

O, problema não está no sistema, está no homem que cria o sistema.

Cura-se o homem, cura-se o sistema.

Não tenho fómulas para a cura coletiva, e nem acredito em tal possibilidade, mas busco a minha própria cura.

Mudando a mim, mudo o Universo em mim.

Anônimo disse...

Caro Jakob,

grato pelas considerações e, no que refere ao raciocínio, muito bem dito! Essa frase ("a democracia é o pior dos regimes, com exceção de todos os outros") nem seria tão má se não tivesse sido cunhada pelo cínico (e festejado) carniceiro Churchill.

A democracia é linda, e uma utopia que tem servido de justificativa para muito derramamento de sangue, assim como se dá com o socialismo. As sociedades pretensamente democráticas são tão precárias quanto as pretensamente socialistas. Na prática, a teoria é sempre outra. O que não nos impede de continuar sonhando com o poder do povo (república), pelo povo (democracia), para o povo (socialismo).

Antes que me internem como sonhador desmiolado, explico que não reputo o capital como a origem de todo o mal. Os que obram mais fazem jus a maior retorno, sem discussão. Tudo é questão de estabelecer limites para o abismo da acumulação, a estatura dos indivíduos (terras de gigantes são agrestes), e assegurar a manutenção e o aprimoramento do PACTO SOCIAL, tendo as utopias por estrelas-guias, ainda que inatingíveis.

O desafio é produzir compreensão coletiva sincera, de qualidade, sem sufocar o indivíduo, que é a sede de tudo.

Anônimo disse...

Petrus,

de acordo. Acredito, sinceramente, que só seja possível democracia com pelo menos duas coisas: educação de verdade (e não apenas informação travestida de concessão de diplomas) e mudança nas regras de financiamento de campanhas.

Educação é algo básico. Como podem bandidos como alguns que estão de volta ao Congresso terem sido reeleitos? Isso significa que quem o elegeu ou é completamente ignorante ou tão mau (de ruim mesmo) quanto. Em ambos os casos, são mau educados. No primeiro caso, pela falta de discernimento; no segundo, por optarem por ladrões e, assim sendo, tornando-se seus cúmplices.

No outro caso, a mudança nas regras de financiamento de campanhas é fundamental. Isso ém qualquer país. Não é possível uma campanha honesta, com caminhões de dinheiro despejados por lobbistas e interesseiros em geral. Desafio ao mais empedernido defensor da democracia a me informar em que país este câncer, que são os lobbistas e os intermediários das grandes corporações, não atua.

Infelizmente, não acredito nas democracias que temos, porque estão a serviço dos poderosos e dos meios de comunicação e publicidade, que trabalham com um propósito principal: transformar o ser humano em um consumidor permanente de tudo que lhe for impingido, preste ou não.

Se não prestar, melhor ainda. Pois aí se gerarão "empregos" na indústria da saúde (e da demência) para consertar o estrago. É assim que vive esta kafkiana sociedade: à base desta ciranda permanente de sonho-euforia-frustração.

Não vejo, hoje, nenhuma saída para o ser humano que não seja uma lenta e gradativa busca de conscientização de si mesmo e das pessoas que o cercam, formando pequenas redes. Fora isso, só temos o caos.

Abraços (sempre) fraternos

Anônimo disse...

Holofernes,

Embora eu tenha pensado inicialmente em regimes autoritários para escrever aquilo, o que você apontou também faz sentido. E muito quando se leva em conta a realidade brasileira.

Como o Petrus, o Jakob e o Rogério levantaram em questão o tema consciência, acho que alguns exemplos que podem ser lembrados para atestar isso, tomando como base a fraca memória nacional, são a volta ao Congresso de "digníssimos cidadãos" como Paulo Maluf, ACM, Collor, Jader Barbalho, etc.

Para mim novatos como Frank Aguiar e Clodovil também podem ser incluídos nesse seleto grupo de "sábias decisões" via voto.

Anônimo disse...

Jakob,

Sobre lobbistas, a Ambev tem dado uma aula em como utilizar intensivamente esse "importante recurso".

Seus principais produtos provavelmente vão escapar das regulamentações de propaganda de bebidas alcoólicas graças a isso.

Anônimo disse...

Petrus,

Muito boa a sua argumentação, produto desse seu entendimento avesso à construções ideológicas. A noção de que a estruturação do indivíduo reverbera na coletividade é impecável, redentora. Mas, a meu ver, revela-se uma teoria. Que nação tem maior tradição de busca interior do que a Índia?

Estará toda essa cultura de autoconhecimento produzindo uma democracia de qualidade superior em relação ao que encontramos neste lado do mundo? Não sei...

Você está coberto de razão quando sublinha e repete, como num mantra, que o indivíduo é a base de tudo e que, se ele vai mal, isso afeta a realidade externa de cuja obra participa. Eu me indago é se essa percepção não carece de uma contrapartida de movimento.

Houve um tempo em que se dizia que era preciso esperar o bolo crescer para depois o repartir. Seu entendimento, de certa forma, não converge para essa postura? O indivíduo primeiro se estrutura para depois olhar para fora? O diabo, Petrus, é que LÁ FORA existem agentes atuando, forças, as quais não esperam que nos estruturemos.

Daí sustento que o movimento de busca interior deva ser concomitante com sua contrapartida na busca exterior de uma coletividade iluminada. Uma coisa puxa a outra. Da mesma forma como o movimento na busca de Deus conduz ao Seu reino, a busca, a edificação desse ansiado reino O convida ao nosso contato.

Muito aprecio essa sua determinação a não se abandonar a utopias de botequim, e concordo que a busca externa não chega a lugar algum se perde o compasso da interna.

Anônimo disse...

O problema do Lobby não é só do Brasil,qualquer país onde o congresso é independente tem lobby e isso acaba sendo uma das maiores defici~encias da democracia...quem tem mai$$$,manda mai$$$..
E tem pra todo gosto: Lobby dos importadores de pneus usados,das fabricas de cerveja,das industrias farmaceuticas,dos evangelicos da universal,das univeridades particulares e assim vai...

Abração!

Anônimo disse...

Logo no início, na segunda linha, quis dizer "...avesso a construções..."...

Anônimo disse...

Holofernes, Renato e Petrus,

bato na tecla da educação, porque acho que é o que mais falta ao mundo atualmente. Mas uma educação humanística, como a proposta por Rudolf Steiner, através da pedagogia Waldorf. Que mostre o indivíduo não como alguém que deve ser preparado para o mercado de trabalho, mas como um ser que deve realizar seu potencial para poder merecer ser chamado de "humano".

Se vocês observarem, capitalistas e comunistas são, em um ponto, iguais: acham que resolvendo problemas materiais, tudo será resolvido. Os capitalistas acreditam em igualdade de oportunidades e em dinheiro. E os comunistas em igualdade social e bem-estar igual e bens materiais para todos.

Ora, isso é uma falácia. As pessoas podem estar com seus problemas materiais e continuarem frustradas. Apenas o foco muda. Ao invés de pensar na luta pela sobrevivência, irá pensar no amor rejeitado da mãe, do pai, da tia, da mulher, da namorada etc. etc. Vejam aí o exemplo deste país de mentalidade 'loser' e 'winner', que são os EUA. Será que o jovem coreano que matou mais de 30 pessoas tinha problemas materiais?

Uma verdadeira educação, que ensine amor a si mesmo, à vida, ao próximo e ao mundo que nos cerca, pode, sim, introjetar um pouco mais de aceitação e de tolerância às desiguldades e diferenças. O grande caminho não é acabar com as diferenças, mas ensinar a superá-las de outra forma, com solidariedade e amor.

Por isso, acho que exemplos como do economista vencedor do Nobel da Paz do ano passado, o bangladeshiano Muhammad Yunus, são verdadeiras luzes neste mundo de ilusões que vivemos.

Ser pobre ou rico é uma contingência da vida. Alguém pode ser culpado por nascer em uma favela? Não. Mas pode receber condições para sair de lá. E pode ser educado para não ter rancor do mundo e das pessoas que o fizeram nascer lá. E pode ser educado para ajudar outros a saírem de lá e também para que tais lugares deixem de existir.

Mas isso não acontecerá enquanto o mundo não passar da etapa de "competitividade" -este eterno chavão das corporações- para a de COOPERAÇÃO. É aí, ao meu ver, que está a chave para a transformação das coisas.

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Rogério,

Será o salvador da pátria (esse Dom Quixote de triste figura a se bater contra moinhos de vento) o sonhador que chega ao poder antes de, nas palavras do Petrus, curar-se a si mesmo? Hehe...

Anônimo disse...

Sobre educação, acho que o Brasil tem muito a aprender com a Índia. É verdade que o país tem problemas com a pobreza talvez até piores que os nossos.

Entretanto, os indianos graças a pesados investimentos governamentais são hoje referência na produção de software. Existe, para grandes empresas da área de software um certificado conhecido como CMMi (ele é similar à ISO, possuindo níveis que vão de 1 a 5). O país com maior número de empresas no grau mais avançado disto (nível 5) é a Índia.

O engraçado é que o CMMi foi desenvolvido inicialmente a pedido do Departamento de Defesa americano preocupado com a qualidade de software. E hoje, enquanto empresas brasileiras começam a pensar nisso, os hindus "deitam e rolam" exportando produtos de grande valor agregado.

Anônimo disse...

Jakob,

excelentes reflexões! A concepção materialista é capenga, resume-se à abordagem da realidade externa, que é importante, mas não pode ser confrontada sem o resgate de nossa individualidade sagrada.

Entendo que a educação humanística que você sustenta como necessária deva servir a essas duas direções, para dentro e para fora. Para a compreensão do mundo material e seu desafio coletivo, bem como para a trilha mística da autodescoberta.

Observe-se que é no equilíbrio entre a pulsão religiosa e a sede de ciência que repousa a formação do indivíduo capaz de construir o coletivo, ou seja, amar seu próximo.

Anônimo disse...

Renato,

a elite indiana, com efeito, é das mais qualificadas do mundo. Mas claro que o fator demográfico também conta alguma coisa, os percentuais deles, mesmo quando pequenos, ao serem traduzidos em cabeças, disparam na frente do resto.

Anônimo disse...

Renato,

parabéns pela excelente intervenção e pelas informações. Desconhecia este tipo de certificado do qual você nos fala.

Holofernes,

creio que um verdadeiro mundo novo não pode ser construído a partir da cisão ciência/espiritualidade, mas sim através de sua mútua aceitação e cooperação. Infelizmente, até aqui, está predominando o materialismo e o adormecimento pleno do ser humano.

Vou contar uma passagem pessoal, que envolve minha presença -quando ainda era estudante- nos anos 80, numa palestra do poeta e ensaísta cubano Roberto Fernando Retamar. Durante o evento, ele foi questionado sobre se acreditava em "igualdade" e em alguns chavões típicos do socialismo. Ele disse algo mais ou menos assim: "Em Cuba, o que nós desejamos não é acabar com a desigualdade. Não, não é isso. O que nós queremos é que aquele que corta cana, que engraxa sapato ou coleta lixo, tenha um rosto. Vejam vocês quantas vidas desperdiçadas pela miséria, pela auto-destruição, que poderiam ter outro destino. Não, nós não queremos igualdade, o que nós queremos é uma desigualdade com rosto."

Nunca me esqueci disso, deste conceito, e nunca me esquecerei, independente do insucesso final da Revolução Cubana.

Anônimo disse...

No comentário anterior, o nome é Roberto Fernandez Retamar.

Abraços fraternos a todos!

Anônimo disse...

Holofernes,

Mais uma vez concordo com você. Desde a época da colonização inglesa, ao menos pelo que li, a elite indiana já era culta.

Grandes matemáticos e estudiosos de outras áreas sempre existiram entre membros de castas mais abastadas. Mahatma Gandhi é um exemplo disto, já que era advogado e, se não me engano, estudou ainda na Inglaterra quando jovem.

Embora muitos ainda estejam na miséria e o sistema de castas persista, não deixa de ser notável que um país com poucos recursos financeiros até a década de 80 passe por uma revolução tecnológica tão profunda e se torne referência.


Jakob,

Sobre a certificação CMMi, ela surgiu a partir das necessidades do Departamento de Defesa Norte-americano em softwares seguros e de qualidade. Infelizmente, o início dela foi motivado por fins bélicos. Hoje em dia, ao menos, grandes empresas de software das mais diversas áreas estão aderindo a ela.

Os links a seguir apresentam algo sobre esta certificação e o que motivo uma empresa a buscar ela:

http://www.idg.com.br/computerworld/gestao/2006/10/04/idgnoticia.2006-10-04.5523272156/IDGNoticiaPrint_view

http://www.sei.cmu.edu/cmmi/general/general.html

E existe também o portal oficial do CMMi que é mantido pela universidade Carnegie Mellon:

http://www.sei.cmu.edu/cmmi/

Anônimo disse...

É um prazer ler os "posts" e os comentários deste blog!

Abraços

Anônimo disse...

Adorei vidente, voto, bruto, covarde....
kkkkkk
Mais atual impossível...
Parabéns Jakob
Bj
Tereza

Anônimo disse...

Observe-se que é no equilíbrio entre a pulsão religiosa e a sede de ciência que repousa a formação do indivíduo capaz de construir o coletivo, ou seja, amar seu próximo.

Holofernes e amigos, curvo-me ante a sabedoria expressa através destas palavras.

O Homem chegará lá, o conhecimento humano alcançará esta despretenciosa conclusão, e o espirito da verdade que tudo abarca, finalmente se revelará no âmago da consciencia divino-humana.

Finalmente,a ciencia começará onde a religiosidade se finda e vice e versa.

Conceitos religiosos, e científicos não mais se comportarão como oponentes e sim, como colaboradores da mesmma causa e instrumentos da busca do mesmo objetivo.

Àliás nunca houve contradição nesta verdade, falho é o conhecimento humano, nas interpretações desta leis.

A máxima Amar a Deus e ao próximo como a tí mesmo, será o lema da bandeira Universal que faz de todos os homens irmãos.

Sim, chegará esse dia,não sei se me conhecerão por Paulo, Jakob, Dean, Mukunda,Hernadez, ou Anuar, isso não importará mais, pois serei todos ao mesmo tempo.

Ou simplesmente estarei em todos os corações, na Onipresença do Espirito, que como onda se tornou o próprio Oceano Infinito.

A religião será uma só a do Amor, e não nisso em que foram transformadas.

A essencia de todas juntas brilharão no firmamento da unidade humana, mas como um único Sol, refulgindo através do cristal das mentes humanas, as cores da diversidade cultural, e social.

Imagine all the people, living for the day.

You mean say, was a dreamer
But im not de only one.
I hope some day, have join us.
And the world will be is one.

Grande John!

Não me lembro da palavras extas, mas a intenção é a mesma.

Que assim seja.

Um abraço a todos

Anônimo disse...

Holofernes

Talvez nosso salvador da pátria não seja tão quixotesco ao atacar os moinhos capitalistas do tio San, que giram suas pás à revelia dos comuns e dos heróis, parece-me que Chavez e seu Sancho Evo pança trocaram Cervantes por maquiavel há muito.

Anônimo disse...

Renato...

A India vai surpreender o mundo, inclusive a própria China, pois as bases espirituais deste povo permaneceram intactas.No caso da China, esta foi praticamente destruída pela revolução cultural, conduzida por Mao.

Tem muitos problemas, apegos a culturais ancestrais, mas a dinamica espiritual desta gente vai superar todas as dificuldades.

Como são um povo muito disciplinado, e com um poder de concentração desenvolvido,muito maior do que os ocidentais, está sendo colocado como um dos melhores lugares do mundo para o desenvolvimento de tecnologias na área da informática.

Sao um povo de grandes descobridores, e muita gente desconhece sua grandes descobertas em diversas áreas da ciencia.

Como se deve saber, não inventamos nada, apenas descobrimos leis até então ocultas ao senso comum.

Como eles tem esta qualidade do poder da concentração muito desenvolvido desde criança, sua atenção se foca muito profundamente nas leis, até então ocultas.

Abraço a todos..

Anônimo disse...

Alô Petrus!!!

Eu,pessoalmente,acho dificil que com o desenvolvimento economico da ìndia,seu lado espiritual continue intacto,claro que nas castas mais pobres isso se manterá,porém na classe média que vem surgindo e nas mais altas a possibilidade é mínima e haverá uma degradação da religião...capitalismo e fé nunca andaram juntos.
Aquele abraço!

Anônimo disse...

Petrus,

Realmente esse é o diferencial deles, além do fato dos povos orientais (indianos, chineses, japoneses) também possuírem outra característica que normalmente não vemos no Ocidente com tanta ênfase: visão sistêmica.

Enxergar intrincadas relações é importante não só na informática, mas nas mais diversas áreas. Tudo é interdependente, embora a visão ocidental fique mais focada em dividir um problema e isolar o mesmo de todo o ambiente à sua volta ("dividir para conquistar").

Não sou profundo conhecedor do hinduísmo ou das religiões tradicionais chinesas, mas acho que o "I Ching" (Livro das Mutações) e mesmo os textos sagrados hindus talvez sejam um bom exemplo de como enxergar o mundo ao seu redor de maneira sistêmica, como se fosse um "organismo" do qual você também faz parte.

Lendo o livro Cosmos (do astrônomo Carl Sagan) fiquei bastante surpreso com um comentário lá presente de que o hinduísmo tem, de maneira geral, a explicação mais próxima para o surgimento do Universo dentre todas as grandes religiões. Com uma constatação dessas, e por todo o histórico deles na Matemática, dá para ter uma noção do que são capazes graças à disciplina e a concentração apuradas além de sua sede pelo saber.

Anônimo disse...

Esqueci de citar de que era a explicação mais próxima à teoria do Big Bang...

Anônimo disse...

Amigos,

bom dia.

Como sempre, que excelentes e enriquecedores comentários!

Parabéns a todos!

Abraços fraternos!

Anônimo disse...

Oi Walid..bom dia..

Esta questão da religiosidade indiana, é uma questão muito profunda na vida deles. A classe média vem se adaptando ao capitalismo, ao mundo ocidental, mas a raiz de origem é muitop profunda.

A religiosidade hindú, é algo ocupa uma parte muito grande de sua vida, diferente de outras culturas, suas vidas giram em torno da espiritualidade.

Não é uma espiritualidade que promete o ceu, ou o joga no inferno, mas que o faz responsavel pelos seus atos, e as consequencias deste, independente de se vc vai colher nesta ou noutra vida. Quer dizer, não há fuga de sí mesmo, não há aonde se esconder, cedo ou tarde a batalha terá de ser travada, e vai ser aqui mesmo,não lá no ceú, ou no paraíso.

Ou seja vc é rsponsavel aqui mesmo, se vc vive num inferno ou no céu..Voce mesmo constroi sua propria realidade.

Relato isto apenas para colocar esta questão como um diferencial muito grande da penetração da religiosidade em suas vidas. Não há como se livrar.


Uma outro fator é que as bases da religião hindú, são as pessoas que aplicam estas regras em suas vidas e vivem de acordo a elas, estão alí, vivendo lado a lado, os sadhus, os santos, os iluminados, os sofredores, os vitoriosos,os perdedores, e todos tem consciencia de que tudo aquilo está interelacionado.

Não há nada para amanhã, tudo acontece agora.

Um outro fator, é que estas bases estão espalhadas pelo mundo ocidental, e em muitos casos,são vivenciados, mais de acordo com os originais do que eles próprios.

No fundo eles sabem que buscaram a invasão inglesa,através de ações erradas com outros povos que dominaram e não souberam trata-los dignamente, vide os párias.

São de uma raça invadida pelos arianos, hoje hindús, mas ao invés de os absorverem, os renegaram inclusive pela côr da pele, e os excluiram de sua própria classe social, considerando-os como sem alma.

O islamismo desenvolveu-se na India, justamente porque os párias tinham esta como única forma de se verem livres do sistema de castas, e serem vistos como iguais. Ou seja um dos maiores problemas deles,desde a independencia da India, foi criada por eles mesmos, ou seja; Karma.

Se quiser se informar mais a respeito do lado espiritual indiano e as suas diferenças básicas, sua descoberta científicas e espirituais,sugiro a leitura de " Autobiografia de um Yogue" de Paramahansa Yogananda.

Bem, isto é outro tema para um outro momento.

Renato,

Realmente o conceito deles da criação do Universo é a que mais se aproxima da visão prática e científica.

Segundo os Righi Vedas, aquela questão da criação em sete dias, é mais ou menos isso:

Um dia de Brahmam (DEUS) equivale a 12.000 anos vezes 12000, então "sete dias para Deus" , não são sete dias como nós contamos, são milhóes de anos, o que se complementa com a explicação científica, dai a falta de entendimento, e por aí vai.

No "Autobiografia de um Yogue" de Paramahansa Yogananda, existem algumas explicações a respeito.

Um abraço

Anônimo disse...

You may say I´m a dreamer

But I´m not the only one

I hope some day you´ll join us

And the world will be as one

regina disse...

Jakob,
Parabéns, você conseguiu sem deletar nada, fazer o melhor blog do momento, os comentaristas são cultos, bem informados,educados e tem muito a dizer.
Aprendo lendo esse blog.Você conseguiu,Aleluia, Hurra, Parabèns
Um abraço Regina

Anônimo disse...

Petrus e amigos,

acrescentando algo a suas considerações, vale lembrar que as raízes culturais de um povo raramente são arrancadas pelas diversas modernidades pelas quais o mundo passa. Veja-se o caso do Japão, onde, apesar da colonização americana do pós-guerra, a base educacional e cultural se mantém, geração a geração. A capa exterior muda; mas o interior e as referências e valores, não. E quando há choque entre esta camada externa e estes valores seculares, ocorrem mortes, aberrações e toda sorte de conflitos. Algo semelhante ao que acontece a nossos índios aculturados, que já não são mais índios, nem tampouco brancos.

Sobre a Índia, trata-se também de uma miscelânea. Aquele país é um grande caldo de religiões e culturas. Não há como se ter uma visão homogênea do país, pois ele não é só hinduísta. Cabe lembrar que foi na Índia que o budismo nasceu e que lá, hoje, pouco se pratica esta religião. Talvez o mais benevolente de todos os imperadores da História humana, Ashoka, que começou seu reino como um tirano sanguinário, surgiu na Índia.

O que se pode dizer COM CERTEZA a respeito da Índia é que é um país de grande vocação espiritual. Portanto, como eles já têm esta abertura natural àquilo que é mais elevado no ser, se eles estimularem em si mesmos a compreensão científica do mundo -o que vem acontecendo-, poderemos ter um resultado muito importante para o avanço material da humanidade, talvez sem cair no materialismo adormecedor do Ocidente.

Abraço fraternos

Anônimo disse...

Querida Regina,

obrigado por suas palavras, como sempre. Os posts são principalmente um pretexto para que possamos interagir uns com os outros; para que cada um contribua e fecunde um ao outro e deixe fluir, de si mesmo, o que tem de melhor.

Um abraço fraterno!

Anônimo disse...

Amigo do blog..


Grato por sua intervenção da letra..já havia me esquecido..da letra apenas pois o ideal segue vivinho da silva!

Jakob, uma curiosidade da diferença India é a seguinte...

A civilização grega e sua cultura, nasceu da aglomeração de pessoas, em altos muros e a linha reta e cantos formando quadrados foi a base da construções e cidades.

Sempre cercadas de altos muros, uma proteção contra a entrada de culturas alheias as suas.

Toda a natureza á sua volta era extraida, e ficavam campos enorme.As florestas, ou seja o contato com a natureza era algo distante,e esistia apenas para tirar de lá o necessario.

Não era considerada importante na sua formação, e sobrevivencia, e não era considerado umm fator importante, a harmonia com a natureza.

Qualquer semelhança com o modo de pensar de nossa sociedade, não é mera coincidencia.

A civilização hindú, nasceu nas florestas, as cidades se desnvolveram a partir das mesmas, não havia muros, e as construções sempre tiveram formas arredondadadas.

A natureza sempre teve uma importancia vital nesta cultura, seus deuses,o habitat dos renunciantes,da madeira faziam incensos, c/ as flõres adornavam os templos, e faziam perfumes, as árvores frutíferas os nutriam.

Sempre tiveram uma relaçao de mâe para filho com a Mãe Natureza, sempre se consideravam dependendentes desta, e tem nomes para deidades da agua, do fogo, da terra e do ar.

Como não tinham muros, toda e qualquer cultura que se aproximasse, era obsorvida em harmonia.

Assim nasceu a cultura hindú.

Anônimo disse...

Apenas um complemento...existe um informação mal interpretada de que os indianos são politeístas, não concerne...São Monoteístas.

Os deuses ao qual se referem para designar o vento, a agua, a terra,os raios,o fogo, são,apenas o que denominamos devas ou elementais da natureza, algo como os nossos indios criaram, ou os anjos cristãos.

Em sua religiosidade,a mulher, ou seja o aspecto feminino,maternal de Deus é representado por Jaghadamba,ou Durga, ou Kali, que é considerada a Mãe do Universo, seu aspecto na criação é a Mãe Natureza.

Vêem novamente a natureza como é colocada dentro da espiritualidade?
Como a Mãe é entronada? De lá olham a nossa Senhora, mãe de Jesus, como uma manifestação da Mãe Cósmica.

Existem entidades divinas criadas para indentificar alguns apectos da espiritualidade, mas Deus existe apenas um...Brahmam, o Absoluto, o incriado.

Bem, desculpem se saí um pouco do tema, mas foi apenas para uma complementação.

Abraços a todos

Anônimo disse...

Petrus,

ótimos comentários. Uma verdadeira aula sobre religiosidade na Índia. Excelentes também seus comentários sobre a relação homem-natureza, na Grécia. Aproveito para lembrar que no início do século 20, foi encontrada, no meio da floresta na Índia, uma cidade inteira, que datava de 11 mil anos! Apenas para confirmar suas palavras.

A propósito, aqui no blog não há "sair do tema". A proposta é que os temas sejam aprofundados. Não importa que não tenham a ver, diretamente, com o post do momento.

Abraço fraterno

Anônimo disse...

Sobre a ìndia,também é um fato que apesar do crescimento economico,a maior parte da população não verá melhoria em suas vidas,afinal~são mais de 1 bilhão de habitantes e para a riqueza chegar à maioria demoraria séculos. Vide o Brasil,sil,sil,com seu vasto parque industrial e pleno capitalismo em funcionamento,temos 190 milhoes de habitantes sem conseguir que a nossa riqueza imensa seja distribuida.
esse quadro tbm é visto no emergente México,que apesar de salto na economia,não consegue se livrar das mazelas do 3º mundo.
Abração!!

Anônimo disse...

Petrus

Não há como concordar com você, tenho esperança que num futuro distante atingiremos este estágio, se podemos achar que é utopia, olhemos uns milênios no passado e verificamos que o ser humano caminha para a verdade, seja qual for ela, se sobrevivermos à adolescencia tecnologica, e a outros tantos perigos, pandemias, cometas em rota com a terra, etc continuaremos a trilhar e procurar algo além, se nos deslumbramos agora pelos brinquedos tecnológicos, pelo dinheiro como instrumento de prazer, e tantas coisas da nossa vida moderna, não o será para sempre, porém temos desafios primeiramente em estender estes brinquedos para que todos possam se fartar e enjoar deles.
A humanidade da mostras de que está faltando algo e o materialismo não parece suprir este vazio, porém parece-me que as religiões, tão antigas quanto o homem, não são eficazes preencher este espaço, em abrir as mentes obscuras e em muitos casos atuam no sentido fechado trazendo mais ignorância, creio que temos que evoluir em nossa relação com as religiões, utilizar melhor seu potencial de verdade, uma religião única como disse seria o ideal.
acredito que tanto você e o holofernes podem estar certo pois não existe apenas uma verdade e ambas atitudes são válidas, o homem que procura o próprio aperfeiçoamento, previsto em dizeres de tantos sábios da humanidade, Sócrates ao falar conhece a ti mesmo, poderia estar falando também desta luz interna a ser descoberta, sem falar nos iluminados de muitas religiões, especialmente o budismo, mesmo parecendo uma experiência individual de pode atingir aos outro pelo exemplo, parece me o objetivo de Buda não era encontrar prosélitos, mas estes chegavam às multidões e aprendiam algo com o sábio iluminado. Por outro lado o homem que interage e evolui de dentro para fora, de fora para dentro faz também seu papel, afinal não precisamos apenas da luz precisamos remover obstáculos para chegar a ela, entraves práticos, e a principal atividade para esse fim é a política, e nesta, pelo menos neste estágio em que nos encontramos, é preciso sujar as mãos, no bom sentido, se quisermos remover as impurezas, dificilmente o político encontrará a iluminação, porém estará, se for um bom político, realizando um trabalho imprescíndivel e positivo para a humanidade também.

Abração

Anônimo disse...

Rogério..em seu comentario vc quis dizer não concodar, ou não discordar?


Caro Gardenal, apenas para complementar o seu raciocionio, gostaria de lembrar que eles estão apenas iniciando este movimento, e a classe média que antes não existia na India, agora nestá rapidamente se desenvolvendo.

O sistema de governo da India, apesar de democratico, é socialista, e creio que podem de repente nos ensinar como resolver este problema.

Ressaltando que lá a questão de cultura, é muito mais problematica do que aqui, somos um país jovem, eles tem milhões de anos de idade, e milhões de problemas.

Praticamente , o berço da humanidade.

Um de seus grandes problemas, é a relação com muçulmanos, em épocas distantes de dominação islamica deixaram muitos ranços em ambas as partes, a independencia da india, foi mal conduzida, a pressa da formação do Paquistão, enfim alimentou ódios abafados pelo dominio britanico.

Bem, creio que hoje está melhor, mas existem ainda muitos radicais de ambos os lados. apesar dos esforços de ambos os governos em alimentar o intercambio.

O trem da amizade que leva indianos da ambos os lados para visitarem e conhecerem parentes que nunca viram, já foi explodido algumas vezes, com centenas de mortos, apenas para se ter uma idéia.

No caso de países como o Brasil seria infinitamenyte mais fácil resolver estas questões de divisão, desenvolvendo a fundo a educação, mas o que vemos ?

É só ler os jornais do dia, começa lá em cima.

Anônimo disse...

Caro Jakob,

Este post BOMBOU, como diz a piazada! Quanta oportunidade para questionar e aprender está sendo disponibilizada aqui, bem o salientou a Regina! Até a minha inclinação por utopias de botequim estou sendo forçado a reconsiderar. Eu que, confesso, fico tão esperançoso ante o surgimento de líderes como Hugo Chávez (ele pode ter muitos defeitos, mas é um LÍDER autêntico) que perco de vista o potencial negativo de uma tal personagem.

Rogério, sua ponderação tem de ser levada em conta, de boas intenções o inferno está cheio. A tragicomicidade do "salvador da pátria" reside exatamente em ele se propor uma tarefa desmedida, incompatível com as leis que regem a proporção das forças, ao tentar reformatar (e salvar) toda uma conjuntura sozinho (ou quase). Por isso o eterno Quixote a investir, furibundo. Chávez tem bastante desse espírito.

Quanto ao maquiavelismo, é atributo do pragmatismo do estadista, contraponto, a meu ver, irrenunciável na jornada de um sonhador que chega ao poder. Entendo que, por sua própria natureza, o "salvador da pátria" sempre tenderá a assimilar avidamente elementos de maquiavelismo. Como "última linha de defesa" de sua nação ou ideologia contra "as forças do caos e da perdição", ele não resistirá a pequenos manuais de ferro, se possível acorrentados a seu pulso.

Uma coisa, contudo, que não posso deixar de reconhecer em Chávez e Morales é sua disposição para sacrificar noites de sono e viver se equilibrando no fio da navalha. Essa consciência mínima não perderam de vista. Sabem que foram guindados a um palco de negociatas onde o grande desafio é saber dizer "sim" ou "não". E se atiram à temeridade do confronto contra os gigantes invisíveis, talvez rumo ao desastre, mas não ficam refestelados atrás de um balcão, como um taverneiro gordo, a sorrir para qualquer freguês que entre. Um estadista prudente sempre vai bem, mas depois de oito anos do entreguista FHC, bem merecíamos alguém que não aceitasse, languidamente, ser rotulado de "Lulinha Paz e Amor"...

Petrus, suas reflexões, como sempre, do mais alto gabarito. Seria a própria Parúsia se uma nação com tradição de espiritualidade (no caso, a Índia) iniciasse uma era de resgate da dignidade humana, de transcendência do individualismo sem supressão da individualidade. Particularmente tenho grande dificuldade em conceber um tal desdobramento para os rumos de nosso mundo atual. Mas quem sabe?

Jakob, valeu seu testemunho da reflexão do poeta cubano Roberto Fernandez Retamar. Bastante no espírito daquela frase ghandiana (antológica e iluminada) de Che Guevara: "Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás"!

Calorosas saudações a todos!

Anônimo disse...

É,Holofernes, creio que a soma de todas as experiencias humanas positivas e negativas, vão nos conduzir a respostas a todas as nossas angustias existenciais como nação, e povo.

Apesar da aparente crise de valores pelas quais o mundo está atravessando, creio que vamos sim encontrar algumas respostas positivas.

A históŕia da humanidade assim nos ensina, temos momentos ascendentes e descendentes.

Se levarmos em consideração o atual momento, estamos saindo de uma época de total obscuridade, e quando começamos a compreender o porque da luz em nossas vidas, tornamo-nos mais exigentes em relação as desigualdades com as quais nos deparamos ainda.

Todos queremos viver em um mundo melhor, mais equilibrado socialmente, próspero, e em paz.

Inevitavelmente caminhamos para isso, é tudo uma questão de tempo, nós como nos conhecemos hoje, provalvemente não veremos isto, mas que virá, sem dúvida virá.

A minha geração, foi a ponta do prego,foi a parte mais dolorida, mais de impacto, mas observo que mesmo com uma aparente apatia por parte das massas, o tempo não para.

Vamos viver ainda momemtos importantes na transformação da consciencia planetaria,e não podemos afirmar que nada seja impossivel, pois no mundo que já conhecí, seria impossivel estar agora conectado com o mundo, on line.

Mas, estamos.

Um abraço a todos e bom final de semana..manerem aí. os adoradores de baco!

Anônimo disse...

Rogério,

quando referimos o valor positivo da religião, entenda-se o mesmo como dissociado de igrejas, essas estruturas de poder temporal que buscam codificar e monopolizar o testemunho deixado pelos iluminados.

Religião é algo de beleza indescritível, uma missão intransferível de cada indivíduo, a busca mística que teimamos em adiar, sempre distraídos pelo mundo exterior que estamos. Outro dia até paguei um mico ao abordar o assunto aqui.

Troquei as bolas ao mencionar as experiências de iluminação efêmera (kensho) e permanente (satori). Foi mal, gente. Inclusive, li definição sensacional da diferença: kensho seria aquele primeiro equilibrar-se sobre as duas pernas de uma criança que engatinhasse, seu primeiro passo hesitante, num anúncio do que o aguarda quando aprender a caminhar ereto pelo resto de sua vida (satori). As palavras, japonesas, naturalmente têm seus equivalentes indianos, chineses, etc, os quais não conheço.

Mas então veja, caro Rogério, que religião, RELIGAR-SE ao Absoluto, o êxtase e a reunião com Deus mencionadas pelo Petrus, é isso! Essa busca, essa iluminação, quase sempre efêmera de início.

A ciência e a atenção ao mundo material continuam de indiscutível importância, necessário é aprender, entretanto, a conciliá-las e, quem sabe, usá-las em auxílio, desse nosso grande objetivo, a RELIGIÃO!

Anônimo disse...

Petrus

Desculpe-me, tropeço nas palavras, para variar, não há como discordar tal a perfeição que vejo em suas palavras, são palavras que caem como um bálsamo na psicologia de qualquer um, sua filosofia é uma benção para todos.

Abraçao

Anônimo disse...

Voltando ao "Dicionário", espécie de livro-iguaria, um dos verbetes fez-me pensar em um sujeito que comanda um "blog" hospedado em um jornal que eu costumava freqüentar e cujo nome esqueci:

Cagatintas, s. Funcionario útil que con frecuencia dirige un periódico.

En esta función está estrechamente ligado al chantajista por el vínculo de la ocasional identidad; en realidad el cagatintas no es más que el chantajista bajo otro aspecto, aunque este último aparece a menudo como una especie independiente.

El cagatintismo es más despreciable que el chantaje, así como el estafador es más despreciable que el asaltante de caminos.

Anônimo disse...

Falou, Petrus, um muito bom final de semana!

G.Vidal, obrigado pelo "cagatintas"! Impagável, muito ilustrativo do desvio de finalidade que aflige a nossa grande (e empresarial) imprensa, sempre tão ressentida de qualquer manifestação de consciência coletiva.

Anônimo disse...

Holofernes

Parece que conheçe melhor o Chavez do que eu, o fato dele e Evo de não abaixarem a cabeça para pastar o capim do sistema é admirável, é uma conduta romântica dos revolucionários, mas na minha ignorância desconfiada me pergunto se tudo isso não passa de jogo de cena, espero estar errado, admiro os heróis. Estes que lutam contra gigantes em batalhas perdidas são os maiores.


Espero que um dia a ciência se religue com a religião e que a humanidade possa andar por suas próprias pernas, para sempre, Satori para todos.
Enquanto isso, engatinhemos!.

Abraçao

Anônimo disse...

Rogério,

Não conheço praticamente nada do Chavez, - ele ainda pode tropeçar muito, como tantos Quixotes antes o fizeram - apenas compartilho essa sua torcida para que ele traga alguma esperança para seu país, para a América Latina, para o planeta. Sonhar ainda não é fato gerador de nenhum tributo, hehe!

Valeu, amigo, um abraço!

Anônimo disse...

Em tempo, caro Rogério,

Grato por suas palavras sinceras, e a meu ver,permita-me colocar, um tanto exageradas a respeito de minhas palavras.

A perfeição é a meta, defendida pelo goleiro da seleção, e eu não sou Pelé nem nada, se eu muito for sou um tostão (Gil)

Também vivo me embolando com as palavras, sou mais de sentir e tentar expressar o sentimento,no qual muitas vezes, me atrapalho.

Quem deve agradecer sou eu, pela bondade de vcs, em ler e levar em consideração minhas colocações.

Este blog, está muito interessante, é como se estivéssemos em uma mesa redonda, debatendo sobre coisas importantes para todos os participantes.

Como todos aqui, coloco o que acredito, e não espero consenso, pois onde reside a real capacidade de conviver com pessoas de pontos de vista diferentes, é neste momento,mas somando experiencias, e não se degladiando.

Naõ sou muito bom com palavras, e aprecio muito as colocações de alguns eruditos aqui do blog, me enriquecem tambem, assim como a vc.

Sei que nós dois temos alguns pontos de vista muito parecidos, observo por suas colocações.

Vc é um sonhador como eu, mas quem não dormiu no sleping bag, nem sequer sonhou, não é?(Gil)

Abração prá vc, e todos os outros amigos deste blog.

Anônimo disse...

Amigos,

é com grande contentamento que vejo a troca de mensagens neste espaço, sempre acrescentando informações e também sentimentos positivos entre todos.

Holofernes,

Vejo Chavez como um demagogo e um iconoclasta verbal. Ele provoca desnecessariamente os EUA. Se fosse no tempo das ditaduras latino-americanas, certamente os americanos já teriam invadido a Venezuela.

No entanto, Hugo Chavez não é só isso. Ele também vem fazendo benfeitorias para seu povo, o que pude confirmar pessoalmente, através de alguns clientes (ricos) venezuelanos, que, apesar de inimigos declarados dele, confirmaram que isso é um fato.

Também um jornalista bastante conhecido e que esteve por lá, me confirmou pessoalmente.

Contudo, nossa imprensa procura omitir isso, mostrando apenas o lado ditatorial de Chavez. Para ensalçar Pinochet e sua política neo-liberal (que nem dele foi, na verdade, pois o Chile só começou mesmo a crescer a partir de 93, portanto três anos depois do fim da fase dura do regime), a imprensa tem boa vontade. Para falar das coisas boas de Chavez, não.

Rogério,

acredito que as religiões formais e institucionalizadas darão lugar, num futuro próximo, ao sentimento de religiosidade dentro do ser humano. Como disse Rudolf Steiner, "chegará o dia em que um homem, ao encontrar-se com outro, entenderá que ambos estão diante da própria divindade".

Abraços fraternos a todos!

Anônimo disse...

Petrus

É isso mesmo, aprendendo com aquilo que cada um tem a ofereçer e isso temos nesse espaço, parece-me um curso intensivo de cultura geral, dada a qualidade dos comentáristas, Você, Jakob, holofernes, Renato, Regina, Vidal, Walid, ainda hoje vi um comentário da Tereza com sua educação e charme peculiar, e esta qualidade a que me refiro não é a tão somente intelectual e sim a da boa vontade em realmente posicionar-se positivamente frente a realidade, em evoluir ensinando e aprendendo.

Parabéns Jakob, e obrigado pela oportunidade,esse é um bom caminho.

Abraço a todos.

Anônimo disse...

Assim como o Rogério, parabenizo a todos pelo nível dos comentários, ao Jakob por deixar correr (pensei que o que citei sobre a Índia e a tecnologia pudesse estar muito fora de contexto) e ao Petrus pela explicação impecável sobre a religiosidade, a histórica e a sociedade indianas.

Espero sempre que possível participar e sei ainda que tenho muito a aprender convivendo com vocês neste espaço.

Anônimo disse...

Oi, Renato

de outro blog que frequentei, aprendi algumas lições do que fazer e do que não fazer. Uma delas é esta: não se deve podar o que é bom, apenas porque não faz parte do tema original.

Qual é a proposta de um blog? Ser um diário do vazio? Ou ser um exercício diário para o crescimento conjunto dos participantes, criando um espaço de alto nivel, mesmo que virtual? Evidentemente que a minha opção é a segunda. Inclusive porque não temos compromisso com uma máquina editorial, que obriga a obedecer regras e a manter uma imagem que, na maior parte das vezes, não é mais do que uma mentira.

Abraços fraternos!